terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

O Despertar do Poeta


Uma espécie de despertar do que nunca tinha sido. Raios! O que eram aquelas luzes que escapavam da minha cabeça? Envergonhada, furei, metaforicamente, meus dois olhos... Tarde demais. A visão já invadia a mente para a cegueira do meu próprio eu.

Com fome, minha alma tinha pedido por um pedaço de felicidade. Por falta de sorte, os dedos começaram a sangrar em vermelho vivo e eu manchei o azul restante do céu com palavras púrpuras que não sabia sequer pronunciar.

Espantada, quis fugir da cena do crime que tinha somente meu eu lírico como testemunha. Mas, depois da confissão, quem iria acreditar nisto? Minhas mãos estavam pingando em beleza ao sonhar mais alto que minha altura por buscar: O eterno nas coisas efêmeras. O sagrado nas coisas vãs. Para alcançar minha verdadeira face. Para ser um poema ao seu lápis carmesim.

Sem ver, acordei poeta. Poeta não tem nada, apesar de sentir tudo. A transparente essência do sentido.


Goiânia, 2014 (?)

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(versão 2)


Uma espécie de despertar
do que nunca tinha sido...
(O que eram aquelas luzes?)
Furei meus dois olhos
Fiz-me cega para mim mesma
E a visão não escapava da mente


Minha alma com fome
continuou com necessidade...
(O que eram aquelas cores?)
Pintei as unhas de vermelho
Para que o azul restante
Se transformasse em escarlate
Quando arranhasse o céu

E o que ouço não é nada tentador
por mais que tenha tentado ser...
Amor...
E seus atentados contra mim, pois só me fiz...

Tanta dor...
Por sonhar mais alto que minha altura
Um dia ei de alcançar minha face verdadeira
A caveira por trás da carne sangrada na pura arte
Em busca do eterno nas coisas efêmeras...
Em busca do sagrado em meio as coisas vãs...

Enquanto isso me precipito em espantos
Tão seus, tão meus
Mesmo eu já querendo fugir
A beleza não escapa das minhas mãos.
Poeta não tem nada, apesar de sentir tudo.

12 de junho de 2014 (data descoberta em 23/03/2018)

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