terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

A Chave para a Porta


 
 
É o tempo preciso
Momento de começo
No céu e véu da existência
A inefável poesia

Sem mais ponto final




O Despertar do Poeta


Uma espécie de despertar do que nunca tinha sido. Raios! O que eram aquelas luzes que escapavam da minha cabeça? Envergonhada, furei, metaforicamente, meus dois olhos... Tarde demais. A visão já invadia a mente para a cegueira do meu próprio eu.

Com fome, minha alma tinha pedido por um pedaço de felicidade. Por falta de sorte, os dedos começaram a sangrar em vermelho vivo e eu manchei o azul restante do céu com palavras púrpuras que não sabia sequer pronunciar.

Espantada, quis fugir da cena do crime que tinha somente meu eu lírico como testemunha. Mas, depois da confissão, quem iria acreditar nisto? Minhas mãos estavam pingando em beleza ao sonhar mais alto que minha altura por buscar: O eterno nas coisas efêmeras. O sagrado nas coisas vãs. Para alcançar minha verdadeira face. Para ser um poema ao seu lápis carmesim.

Sem ver, acordei poeta. Poeta não tem nada, apesar de sentir tudo. A transparente essência do sentido.


Goiânia, 2014 (?)

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(versão 2)


Uma espécie de despertar
do que nunca tinha sido...
(O que eram aquelas luzes?)
Furei meus dois olhos
Fiz-me cega para mim mesma
E a visão não escapava da mente


Minha alma com fome
continuou com necessidade...
(O que eram aquelas cores?)
Pintei as unhas de vermelho
Para que o azul restante
Se transformasse em escarlate
Quando arranhasse o céu

E o que ouço não é nada tentador
por mais que tenha tentado ser...
Amor...
E seus atentados contra mim, pois só me fiz...

Tanta dor...
Por sonhar mais alto que minha altura
Um dia ei de alcançar minha face verdadeira
A caveira por trás da carne sangrada na pura arte
Em busca do eterno nas coisas efêmeras...
Em busca do sagrado em meio as coisas vãs...

Enquanto isso me precipito em espantos
Tão seus, tão meus
Mesmo eu já querendo fugir
A beleza não escapa das minhas mãos.
Poeta não tem nada, apesar de sentir tudo.

12 de junho de 2014 (data descoberta em 23/03/2018)

<< Sugestão musical para sádicos que também gostam de sofrer fortes emoções:
Lady Gaga - Dance in the dark >>


Vampirinho besta


- Foi o c que escreveu?
- Se ferrou, vampirinho besta. Foi chutado por outra! Acho é pouco com seu deserto afetivo. kkkkkkk
- kkk como assim?
- Não é minha letra. E a mensagem é clara. Você foi chutado de novo, e por outra! kkkkkkk
Muito bom isso: "Ninguém pode dar o que não tem e ninguém pode tirar o que não deu."
E essa garota tem sua mesma frequência e essência: "Ninguém faz falta. Sem ti correrá tudo sem ti."
kkkkkkkk O vampiro acha que tem a presa. E a presa é dele e de todos os vampiros que ela deixar o pescocinho à mostra. Delícia! kkkkkkkkk


13 de dezembro de 2017

<< Sugestão musical: The Marcels - Blue Moon >>


Parafuso

Tenho todos!
Fora de uso. E olha que os que tenho
são tão perfeitos!
Prateadinhos, prateadinhos.
São tão lindos que da dó mesmo de usar.
Quem me deu foi quem me libertou.
Sim, me programei para desprogramar tudo.
Mas quem quiser seu parafuso,
estou vendendo os meus de graça.
Não é para rir, engraçadinho!
E se der defeito você não pode reclamar.
Afinal, é para isso mesmo que serve
parafusos soltos em humanos.
Agora, volte a brincar com a humanidade
e divulgue minhas peças para que eu as venda todas
naquele esquema desgramado.
Best-seller.
Feliz Natal e a meta é dobrar a meta porque
é tão poético dar PT!


13 de dezembro de 2017

<< Sugestão musical: Mindless Self Indulgence - Shut me up >> 

AMBIDESTRO: Carta de mais um velho arquiteto de sistemas


Montes Claros, 2 de setembro de 2016

O mundo nunca esperou ser salvo. As pessoas deste mundo sim, e durante milênios esperam, esperam e morrem. Acreditam e lutam por ideologias, religiões, linhas de pensamento, etc, mas na maioria das vezes, senão todas as vezes, estão infelizes. Seus Jesuses nunca mais voltarão.

O mundo não vende ilusões. Mas se durante milênios e milênios as pessoas esperam por alguma, por que não ofertar esperança?

"Acredite e lute por ideologia X porque, assim, o mundo será melhor! Acredite e lute por religião Y porque, assim, você irá para o paraíso! Aniquile todos os inimigos. Quando o mundo for melhor, quando você alcançar os céus, você será feliz! Pode apostar!"

Para não ter que encarar os próprios demônios, qualquer verdade é morte, qualquer ilusão é salvação. Trata-se de má fé. E com isso, muitos líderes têm numa religião ideológica e/ou ideologia religiosa uma legião de fiéis para instrumentalizar seus objetivos pessoais. Um inferno.

"Salvação" é algo que faz o ser vivo escapar da morte.

Mas não tem como nenhum ser vivo escapar da morte. Então, numa tradução psicológica da coisa, o que buscamos, enquanto vivos, é a felicidade, escapar da tristeza, viver alegres.

Quando amamos as pessoas, também buscamos que elas sejam felizes. E para amar o outro é preciso, primeiramente, amar a si próprio.

Sim, com esta idade avançada, é questão de tempo logo não estar mais aqui, meus amados. E tudo o que eu desejo, agora, é que vocês sejam felizes. As palavras soam simples, mas o significado é complexo para os sentidos.

Entre luz e escuridão, entre noites e dias, a vida foi composta em Arte, o vinho transmutado em sangue e a ciência em consciência. Não foi o quê, foi porque quis. Por entre cada Eu e meu Eu. Feliz.

Estes são os meus planos arquitetados. Para um corpo finito, o além! hahaha...


Goiânia, sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Vlw, flw


- Mari, você tem consciência do que anda escrevendo?
- Sim, little kid. Neste e em todos os infinitos planos. Afinal, você já contou, pelo menos uma vez na vida, só de passagem, quantos planos tem o infinito? Sabe como é, desbloqueio mental é foda. Sem barreiras, sem limites, 100 nada(s) nadando para dentro e fora de outro(s) 1(0)(0) mundo(s). Difícil é concentrar-se em um ponto central, tipo um ponto final... rs...

12 de dezembro de 2017

ESTRATÉGIA DO OCEANO AZUL

Para tirar o amargo da língua.
Halls Eucalipto.
É com este gosto que o amor será provado!
Vida única e limitada, aproveite!


7 de dezembro de 2016

Você-Sabe-Quem, Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado ou Quem-Nós-Sabemos


Ele tinha 13, ela 18.
O de 13, CV, era BV e ainda continuou naquele dia.
BV – boca virgem, antes que alguém pergunte.
A tia adulta perguntou se CV sabia o que era coito.
Que palavra era aquela? Ele disse que não sabia.
Os sinônimos sem efeito, ela não explicou qualquer significante.


Ela disse que ensinaria uma brincadeira boa e interessante.
Atestou que todo homem gosta, que poderia confiar na tia.
Ele largou o livro do Harry Potter e aceitou todo afoito.
Seguiu passo a passo e achou tudo sem lógica, esquisito.
A boca dela lá, ela depois ficou nua, por que esta história?
Primeira vez o próprio branco, inerte. Trauma em sua mente.

Dez anos depois CV contou-me isso. Sexo, para ele, nunca significou amor desde o início. E manteve minha virgindade, porque não queria me machucar ou causar dor. Mas que o procurasse depois, caso eu perdesse, caso quisesse procurar junto com ele o que se perdeu nas ações vazias, algum sentido maior. Eu nunca mais o procurei.


24 de novembro de 2017

Bola de boliche

Mesmo que eu não tenha nada, nada em troca, doarei-me em amor. É preciso dar para quem não tem, é preciso ter e ser de forma genuína. Mesmo que eu não possa ver as cores das flores, a cegueira que se instala em meus sentidos será o seu mais doce perfume de "La Vie Est Belle" aflorado num futuro próximo para alguém, mesmo que você seja baka para desperdiçar isso com outras babacas insensíveis. rs A semente lá ficará. E lá estarei novamente. É preciso cultivar o essencial.

"Quanto tem mudado desde que era um ser unicelular? Os ideais vazios e os amores falsos não são bons. Toda esta cena é idiota. Deixemos passar isso como uma bola de boliche..."


14 de novembro de 2017

<< Sugestão musical: Nico Touches The Walls - Broken Youth >>

Nick – O ser humano por trás da câmera

O que há de errado
em querer provocar a luxúria
para ser amada?

Uma aura tão pesada
para este corpo bem rotulado.
Não era a resposta para nenhuma pergunta.
Apenas um meio antiartístico
de fazer com que essa beleza
harmoniosa, equilibrada, proporcional
impregnada na minha superfície
causasse os maiores dos mal-estares.

Engula isso e morra, neoclassicismo!

Rindo das certezas vendidas
e das verdades alugadas.
Um tédio de vencer sempre
no mesmo jogo programado.

Sério, essa é sua melhor definição de amor?
Uma mulher que só de ver te dá tesão?

Ao encarar o abismo,
feito por multidões da mesma máscara,
o abismo não pôde me encarar.
Para o próprio horror, o reflexo
que ninguém queria enxergar.
Homens e mulheres, narcisos,
morriam a cada flash
de uma câmera obscura,
caixa preta.

Eu fui a fotógrafa o tempo todo
dessa tragédia anacrônica, atemporal
líquida.

Eu que quis provocar tantos pecados.
Fingindo uma inocência que nunca tive.
Meu vestido branco
dissolvido por uma chuva transparente.
Não estava escrito isso na previsão do tempo.

Oh, céus, me traga um guarda-chuva!

Deus nada fez e eu me molhava!
E você não apenas me olhava!

Droga, destrua essa imagem logo.
Cadê o inferno quando precisamos do fogo?
Não quero ser lembrada assim.
Fraca, nua, desprotegida, sua.


Quarta, 22 de novembro de 2017, às 00:18

Resete o espírito e faça um novo presente

O dia que descubro o começo depois do fim, abaixo deste céu coberto de possibilidades e previsões, chama-se hoje. E, assim, eu me manifesto em desejo realizado de ser quem sou cada vez mais neste mundo. O puro fogo púrpura que acende o que não se pode ver. São os impulsos que me movem. Enquanto os planetas se movimentam. Passo a passo. Por causa ou por acaso, a melodia passa a cada instante por entre nossos pulmões. Oxigenando de silêncio e palavras que derramo cheias de pulso, espaço e tempo incalculáveis para nos encontrarmos neste exato milagre. Expirar e inspirar. Expirar e inspirar, notas tão necessárias. Ré Fá Dó. Dó Si Lá... Ré Fá Dó. Dó Si Lá... O que precisamos para o ar do viver é inspiração! Sob influência do Sol em Áries, o amante toca o terror sob os pés de sua amada bailarina. Instala-se uma guerra vencida toda vez que o amor se rende à vida.  


Sábado, 4 de novembro de 2017, às 12:45

Um título para o que eu não sei nomear

Ai, por onde começar?
Pelo começo, boboca, óbvio.
A verdade é que se eu pudesse linkar tudo o que passa por entre meus dedos você estaria perdido, kid.
Muita informação, sabe?

A responsabilidade do indivíduo é do próprio indivíduo.
A responsabilidade do indivíduo é do próprio indivíduo.
A responsabilidade do indivíduo é do próprio indivíduo.
A responsabilidade do indivíduo é do próprio indivíduo.

Tipo um Bartolomeu Simpson, isso é que sou forçada a escrever no quadro negro para apagar os erros que insisto em repetir e repetir.

Mas quando eu provar a aplicação da minha teoria do amor gratuito, que quando falha, o melhor é a ausência de força, para que o objeto afetado, digo, o sujeito ao qual a energia é várias e várias vezes aplicada até a exaustão possa acessar o valor perdido em outra dimensão, chamada lembrança inconsciente, para que, assim, a mutação do corpo astral ocorra sem dó e nem piedade no corpo físico, ahhhh, vou ganhar, no mínimo, o Nobel de Literatura.

Mesmo perdida a compreensão
nenhuma palavra é em vão
e tudo se transforma...
Nem que seja em piada! kkkkkkkk

Agora a pergunta que não quer calar:
Qual sabor tem minha língua afiada pela dor e o amor,
já que nesta rima pobre esconde uma riqueza maior,
após o chocolate e as cerejas espetaculares do bolo de supermercado?

Para você era “bolo do afeto”.

Guarde isto e abra sempre que precisar, nas bads ou não, cancerzinha que eu sempre vou amar. rs


13 de novembro de 2017

(Escrevi isto, ouvindo isso. Imagine se eu soubesse a tradução antes... Assustador, não?

Aurora amariellada

As estrelas me acenam
com suas luzes
me conduzem

Para seu barro antigo
de excursões e desatinos
Afrodite que sou
meus pés solicitam
os ventos e a nuvem

Supérfluas inspirações
Motes e motéis inúteis
Espelhos gastos revelam
noites repetidas na mesma
imagem

A madrugada
O cinza dispersado
Lento, brando, brado derramado
Nasce a Fênix azul

Enquanto os deuses dormem
Meus gestos se aguçam
Irremissível silêncio
Ofusco nua, crua
sua paisagem

Um no outro
No outro um
Infinitamente
Buscamos a origem
Om


31 de dezembro de 2017

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Gênio da risada excêntrikkk 2!


- Aí, sim, eu dou valor. E vejo lucro. rsrs
Ah, vou parar de rir "kkkkk". Ou "shaushauhsua".

- Vai rir como, então?

- Acho que este hábito mantido é tosco demais, principalmente, para pagar de bonita quando eu for rir de algo com o meu futuro possível "momozinho", só ele não ficar bêbado o suficiente para esquecer do pedido de namoro. É para rir ou para chorar? Ou os dois? rsrs

- kkkkkkkk!

- kkkkkkkk 
Não aguentei. hehe

15 de dezembro de 2017

>> Para ler a primeira versão, "Gênio da risada excêntrica", sigam-me os bons neste link do Academia de Neurônios para nossa alegria! rs
http://academiadeneuronios.blogspot.com.br/2011/03/genio-da-risada-excentrica.html

Um manifesto para aquilo que chama Transformação

Enquanto ser humano, abracei tanto meu lado feminino, quanto o masculino. Sombra e luz. Sou uma anjo monstruosa e uma the monia divina. Dualidade em ser uno. Unidade.

É incrível como uma mulher como eu pode petrificar incontáveis homens e mulheres, humanos, só com meu tom de voz. Terror e amor é o que provoco. Ou sou terrível? 

Fodam-se os "ismos" que, com suas grades, prendem cada indivíduo em coletivos autoritários e débeis. Não falem por mim como se eu fosse vocês, esse nós imaginário. Porque pedras vão rolar e detonar esses símbolos sagrados, sem humanidade, com meu martelo de Thor(a) é meu outro hobby.

Nem só de Grécia vive o imaginário humano. E o que imagino é de uma visão tão real que desconfio que a nova configuração dos deuses é a total desconstrução.

Olá, sou a Transformação. Para os íntimos: "prazer, aqui é a Trans".


17 de dezembro de 2017

O Resgate da Criança para um Novo Mundo


Não há luz, não há luz!
A criança enxergou isso
no fundo do poço.

Os ditos mais sábios
lá no topo, lá do alto
mostravam suas 7 velas:

Venha, anjo, estamos a postos.
Esperamos você, saia, daí, da sala.

Covardes, estúpidos, arrogantes, prepotentes! - gritei.
Vocês esperam que a criança se salve sozinha?
Se ela for merecedora, ela chegará a vós?
Para o inferno todos vocês!
Desçam!
Ou arrependam-se com a redenção
que tanto pregam e assassinam os fiéis:
o auto sacrifício na cruz
se isso for sinal do sacro no santo ofício.

E os sábios caíram da torre dos seus castelos
e seus templos do pó feito, ao pó retornou
no instante que Babel compreendeu as trombetas.

O resgate da criança para um mundo novo
salvou a humanidade que habita o coração do povo.

Sem mais cruz, sem mais cruz.
O imperador enxergou isso
no seu tempo de criança.


23 de dezembro de 2017

>> Poema escrito ao som de Coldplay - Violet Hill
https://www.youtube.com/watch?v=IakDItZ7f7Q

Imagem: O Retorno do Filho Pródigo
Artista: Rembrandt
Criação: 1663–1669

Pessoa que se envolve

aprecia o sabor,
apreciador,
deixa-se ser saboreado,
apreciado,
uma delícia
= envolvente.

Eu nem trisquei no bolo
para este momento tolo.
As crianças
- somos todos -
admiram o abismo
em vidros modernos.
Conforme a imagem ilustrativa
por mim, capturada, anexada.

Resolvi arriscar!

A imagem pode conter: pessoas sentadas, sobremesa, mesa, comida e área interna Muito mais emocionante
que pagar peitinho com cara de santa
Pagar o amor que não se compra, explora
Ou pagar de playboy com o bem alheio
Parecer, pois ser é para poucos raros impagáveis

Muito mais emocionante
que comprar estima com próprios fakes
Autoestima metrificada, estimada em projeções
Investir, na China, em "fazendinhas de like"
Robôs, bots, zumbis, o escambau do escambo
- um afeto afetado, um escândalo! rs -
como fiquei sabendo que uns idiotas fazem
Nível level hardcore ultramate up master
de quem não assumiu o vazio existencial
nem para si mesmo diante do espelho
E que ninguém pode saber - espantalho!

Agora, sim, quebrar a barreira entre
real, imaginário, simbólico.
Punk! Pancada: kkkkkk!
- é minha persona pública -
A pessoa física, privada para o sistema,
reservada nas posses de quem eu sou,
oras, para os particulares.

Agora, com minha boca doce
- apetitosa -
- gulosa -
- quero mais! -
um risco vermelho vivo
pintado nos lábios
Risco, rasgo, perfuro
minha pele
de forma militricamente calculada
em unidades que quebrem o doce
que não sei metabolizar
da artificialidade ainda natalina.
Insulina.

Aprecio a dor.
Risos.
Prazer.

Agora, só preciso saber:
Foi bom para você?


30 de dezembro de 2017

Para Amor

Hoje, de manhã, me olhei para o espelho, demoradamente. Vi os efeitos das caminhadas nas coxas, pernas, de ficar acompanhando a Sarah nos abdominais para ela conquistar preparo físico para voltar a fazer práticas circenses em tecido, e o aumento dos seios por tanto comer docinhos. Hoje que eu fui me dar conta que ainda sou muito idiota, porque pensei: "Como estou linda! Amor iria amar me ver assim!". Esqueço que não sou mais sua e que você não quer ser mais meu. É idiotice da minha parte compartilhar até esse tipo de lembrança de um domingo nublado. Só que o Sol insiste em sorrir no coração.

22 de janeiro de 2017, às 19:40

Ágora, qual será a cor da pintura do seu coração, agora?

Já não deveria me espantar com meu raro dom para encontrar raridades. Eureka! Uma coisa atrai a outra, tento racionalizar, mas não faz lógica estes encontros. Não tem, não faz, ah, não sei mais o que pensar. Logo, não penso. Imagine se fossem programados, “friamente calculados”, como diria meu herói colorado predileto... Hoje não foi diferente.

Laranja, foco, atenção, foi o que ouvi da cromoterapia. Sempre na moda, desfile de roupas de monges budistas. Sem querer querendo, lembro-me também de um tempo de areia nos pés, de águas salgadas que, felizes, vêm e vão, ondas, e das palmas que me recusei a bater para o céu feito nossos outros colegas primatas seguidores de modismos, para seu riso iluminado e quente que me desanuviava de tal forma... Será que te fiz esquecer? Ébria demais, como sempre, imagine se bebesse... 

Éramos tão cúmplices, tantos crimes perfeitos cometidos, para mortes em massa dos consumidores banais deste tempo que esperavam mesmo que a gente iria compartilhar nossa felicidade íntima. Só nossa. Por capricho artístico. Mantivemos as formas, mas nunca mais conseguimos repetir. Afinal, uma obra irreprodutível para tornar a perfeição mais valorosa e sem preço. É sempre um espetáculo com rajadas, sonoramente, laranjas... Era o nascer ou o fim de uma Popstar? Que massa, o Rouge voltou!

Há quem maldiga que sejamos muito antigos para este terceiro milênio. E os miseráveis estão certos, cheios de suas misérias, vazios. Se eles estudassem melhor as auras, com interesse sincero em escutar e dialogar com o outro, esse próximo tão distante, eles não precisariam ter fé, pois sentiriam que todos somos arco-íris em potencial, ao alcance de todos os raios, desde que estejamos límpidos para a luz que nos atravessa... Imagine ser tal irradiação! John Lennon, sou muito mais viagem que ele. Vamos, nem que seja por repetição reptiliana, imagine! 

Ai, o amor... Uma laranja formada de duas metades. Almas gêmeas. Platão não foi sábio o suficiente para perceber além dos meios e dos inteiros. Minhas reticências. Sementes é onde se encontra o poder da multiplicação. Se o juízo é final, recriamos o paraíso de novo e lá se era uma vez... (Risos)


26 de janeiro de 2018, às 00:05

<< Sugestão musical: Lil’B - Orange >>
https://www.youtube.com/watch?v=QRvSu3syAng

Imagem por: Irene Sheri

Cantiga de amor e ódio de um amigo do teatro que é a vida

Ao cair do precipício
no princípio era substantivo próprio
Sem ler que antes disso
o comum de dois é consequência


Se tudo é
uma questão de princípio
É proibido proibir
Nada contra

Ação, reação, palavra, verbo
Menos importa
O chegado sempre chega
Mais ou mas
Como chegar?

sem ar
sem er-rar
sem ir, sir
sem or
sem ora, ora
sem urra, censura

Agir
Quem se faz
encena
Sem fingir
Nem fugir
em cena
Sem marcar bobeira
de “xis” com giz no palco

Diz o juiz do espetáculo
Um bode ou uma ovelha
expiatória
à mercê da intenção
quase cega
quase surda
da velha lá do fundo
da plateia que há em nós

No ato, reato, re-ato
Puta merda! Um rato!
Prego uma peça
pagando para ver
o universo que desconheço
Porque, afinal, Amor
é mera questão de gosto

Carlos, já tá pegando no sono?
Calma, quando você me conheceu
Eu fui seu anjo torto
Não que minhas curvas sejam desalinhadas
Muito pelo contrário
A mão de Deus escrevendo
em meu templo a todo tempo
Sua visão míope de mundo
que quase cegou as sombras
Fez você sentir o azul da tarde
desmanchar as nuvens dos céus
aquecer o espaço em Sol, Lá, em Si
pela tortura da salvação
ao dobrar das asas em pleno voo

Ao cair do precipício
no princípio era substantivo próprio
Sem ler que antes disso
o comum de dois é consequência

Catar-se
Catarse


30 de janeiro de 2018, às 2:59

A batalha do Sol com as Luas

Um dragão
São Jorge ainda não o venceu.

Beleza que não é bela
Petróleo de ser humano.
São apenas cascas iguais a tantas outras
andando por aí, descascados rapidamente
sem nada para oferecer a não ser o próprio
nada.
Distraem com corpos em transa e em transe
chamam a descartabilidade compulsória
programada em jogos
visuais, virtuais de si mesmos
em que o melhor não passa de pixels
como tantos outros pixelizados, cascas de
“fazer amor”.

Uma busca gozada
(distração)
de preencher com o gozo do outro
o vazio de si
(insuportável visão).
Mas a camisinha com a porra dentro
foi jogada no lixo.

Nudez desmascarada
sexo pelo sexo
cascas quebradas
Chatice tão previsível
num estralar de dedos
viciados em aplicativos e redes sociais
a previsão é de estrelas decadentes.

Anoitecendo palavras,
escurecendo
sentimentos
sentidos
iluminados
pela mesma face pálida
sem luz própria
de crateras gélidas.

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Combustão
Sol, aqueça com sua luz a Lua!

É com esta graça de Deus
que não enlouqueci.
Sobrevivi ao Juízo Final
e gozo a vida de verdade,
sambando na cara da sociedade
que finge gosto por Bossa Nova
pagando caro por funk no Setor Marista.

Farta de hipocrisias baratas,
fico cheia do mais invencível amor
para enfartar corações.
Para o bem, para quem é amor.
Para o mal, afinal, enfim: fim!

Quanto disso foi real,
eu não sei.
Se quem amei
não passou de imaginação,
idealização não concretizada.
Perverso, egoísta, frio, cruel
Senti nas costas
o fardo do enfado indigesto.
Atração por um mundo inabitado
Borralheiras debutantes
eu deixei todos no chão
para lamberem lágrimas
que não são minhas.

A noite sendo...

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Combustão
Sol, aqueça com sua luz a Lua!

Estar bem com nós mesmos é
Solitude.

7 de fevereiro de 2018, às 21:29

<< Sugestão musical: Placebo - Battle For The Sun >> 

https://www.youtube.com/watch?v=PCXRLrZpX-4

Colombina abriu alas, umas cervejas e voou!

Em seus lábios azuis, tirei meu batom vermelho. Amor sem máscaras. É Carnaval. Drogas, orgias, carnes disponíveis, descartáveis, recicláveis, passageiros, os outros são os outros: cinzas.

Pierrô e seu fetiche por japinhas baby face, manequim 38, sapatilha 35, simetria, proporção áurea, me errou feio! Não preciso de precisão. Limitado, reducionista, com essa lagriminha besta no rosto, um tapado!, nunca imaginou quem, realmente, eu sou... Não foi por falta de imagens e de fumaça como se baila na tribo...

Arlequim diz que eu sou fogo, impulsiva, radiante. Uma doce fantasia que eu gosto de vestir porque o sabor dele me deixa, dalilamente, violeta. Amar é mesmo obra do surrealismo. Será?


10 de fevereiro de 2018, às 20:43

Fantasia nua e crua, sabor provocação

Meu amado ama maçã,
e da maçã eu sou a árvore,
a flor, o néctar e o amor.

Se ele ama o que eu dou,
mesmo sendo quem sou,
mesmo sendo bastante
amante, amada, amadora,
que raiva!, rs, hater também,
eu o amo ainda mais!

Agrada-me ser o banquete
completo, exclusivo,
mil e uma estrelas,
oásis, harém e mais
delícias do além
física entre dois corpos
fálica, oral, anal, não
detesto, não tem jeito,
numa língua sem fala
o idioma intraduzível da poesia.

Agradeço ser toda dele e só dele
servi-lo do meu pomar e amar
com e para todo nosso prazer.

Sim, sou uma egoísta!
E odeio me compartilhar
para mais de uma boca.

Poeta amigo, homem besta,
se ele ama da mesma fruta
que eu, eu também,
porque é minha!

Sei que você não é machista,
nem homofóbico,
é um meme completo de elogios
da mesma altura que eu
da terra aos céus,
mas poderia dormir sem esta!
Ou não. Não?
Mas com quem?


14 de fevereiro de 2018, às 18:43

Imagem por: Vicente Caruso, artista brasileiro que representou as pin ups com uma beleza mais tipicamente brasileira.


Call me by your name

Ele já me conhecia há certo tempo antes mesmo que eu soubesse da existência dele. A minha profissão, jornalista, na mente de muitos homens é um fetiche para suas vidas monótonas, preto e branco, sem graças por falta de ideias e criatividade: chatas para caralho. Acham que eu vou ser a mocinha do filme que vai dar toda a emoção, aventura, diversão cult, o verdadeiro romance pedido a Deus sob encomenda e consumo particular. Espero que não tenha sido esse o anzol, porque de comédias românticas o inferno está cheio para risos da plateia.

Consigo enxergar muito bem a verdade nos olhos dos meus espectadores. E dá para ler, facilmente, a saída do porquê entro como linha na agulha mais, tecnicamente, impossível de costurar história. O pedido sincero para ficarem perdidos sem novelo no labirinto afetivo que criaram para si, construído pedra sobre pedra, perdição sobre perdição de maldade gratuita com suas presas, não vítimas.

Para o padrão de normalidade mundana, tive tão, tão poucos escolhidos em seus carmas enrolados, camas. Normal para quem sempre é fora da média, fora da moda, fora de série, dentro da divina morada, dentro de si. Até porque, dizem aquelas velhas escrituras, já dessacralizadas pelos costumes de quem as leem por falta de prática, que o paraíso está dentro de nós. Na neurociência isto significa que um estado mental, um padrão binário configurado em positivo ou negativo, é uma questão de escolha. O clássico yin yang, a dualidade presente em cada um de nós.

“Me erram” para me achar, logo eu, uma assassina espiritual profissional com penas, papel, tinta, sentenças, acertos de contas no bar e toda minha não ortodoxia de hábito. 7 dias para os flashes inesquecíveis em suas câmeras embutidas em seus smartphones se tornarem a escuridão que nenhuma memória pode apagar, flechas.

Entre ovelhas por fora, por dentro lobos, esses famosos lobisomens ordinários entre mulheres despedaçadas por um pedaço de carne de procedência Friboi, fiquei conhecida no submundo pelo apelido interessante, sem ser vulgar, de gelar a espinha de invertebrados, se insetos tivessem ossos, por Samara Morgan.

Não dá para confiar em pedaço de mau caminho. Pois bem, fica a dica, chapeuzinhos descartáveis, camisinhas usadas de todos os gêneros, parem de chorar pelo leite derramado e sem mais gozação ousada, bem feito para vocês. E para mim também, mas não posso reclamar, só agradeço, já que antes do pó, num ritual dionisíaco, o álcool fez a magia acontecer. Do fogo nasci e no fogo renasço, o eterno retorno da Fênix ariana, com ascendente em Leão.

– Ué, você é a primeira e única que, realmente, não é atraída pelo meu amigo... Dá para sentir a frieza do seu olhar, que estranha você! Mas, é..., para ficar próxima dele, comecei a namorar um dos melhores amigo do Artur.

A garota me puxou para o fumódromo de uma pub do Setor Bueno e fez toda a delação premiada, a vingança contra a obsessão dela de longa data. Desconcertada por encarar uma das facetas possíveis que posso ter ao estilo doutrinado na grande mídia, que é quando não invento de escolher as piores roupas para sair, uma imagem que manipulei no dia que ela me conheceu ao lado do obsediado dela, ela criticou-me por todas as características físicas que eu parecia ter no dia. Que escárnio, todas encarnadas nela...

Depois, falou podres pontuais que ele que não teve coragem de me confessar, o como ele deixou a ex-namorada mais velha e psicóloga para além da loucura, à beira do suicídio, por exemplo. Só a chamava de “louca” para mim e eu insista “por quê?”, sem repostas. O faro terminou, de forma invisível, em fogo nas pulgas na pele do cachorro já encharcado de álcool, vodka, catuaba, pinga, tequila, sal e limão por livres e espontâneas vontades caninas. Dava para sentir o cheiro de enxofre a cada baforada da fumante e ex-amante, mesmo ela sendo a melhor amiga da ex do rapaz.

Mesmo com posterior desencanto e destilado desprezo, seres como eu não costumam fugir do chamado. E até que enfim, este ano, meu telefone parou de tocar ruído. Cheguei à exaustão com esperança de transformar, uma por uma, faíscas violetas em vinho. Fiasco. Seres antigos, seres cantinas das trevas. Depois de toda a liquidez e liquidação barata de suas vidas, pós que se perceberam cinzas. Preto e branco indisfarçável em suas poses sociais.

Alguns já nem conseguem mais disfarçar a falta de luz no olhar, olhos de morte para inglês ignorar, sem curtição. Se a verdade é chama do coração, só Deus sabe quanta energia tive que despertar por tentativa e erro para manifestá-la em cada um que caiu no inferno, queimando continuamente, apaixonados, pela luz que não tinham, mas fingiram ter, amor. Amor, muitos já me chamaram assim, muitos foram chamados também por tantos outros, outras. Mas já passou a minha temporada de pesca para bons pecadores – um saco.

Os signos mudaram. Fisgada estou. E ele se apresenta de modo tão educado, sensível, inteligente, expansivo, amável, bem humorado, humano, evitando de me chamar pelo nome do que ele não conhece, verdadeiramente, em mim. Ele pronuncia entre os dedos, após a mudança de cidade, após assessorias em sentenças judiciais, após ler minha vergonha sem cabimento de ser chamada de linda, “Mari”.

Agora temo. O que emprestei sem ler e foi devolvido sem ser lido até o final, contratos quebrados, ele também os têm e devorados com felicidade. Inclusive, o livro que mais quis ler na disciplina de mestrado que fiz na cidade dele, a mais evangélica do Brasil, diz o IBGE, ele prometeu de me emprestar. Será que ele quer sair comigo, uma desculpa para me encontrar ou só é gentileza para eu desfrutar do livro que não consegui comprar por falta de planejamento?

Dizendo meu querido desconhecido íntimo, anapolino, pisciano, escritor de apenas um conto policial publicado na rede, que ficou muito interessado em estudar minha especialização de cinema porque ele sempre sonhou em transformar todas as histórias que ele inventa em curtas. Viajar pela América Latina de carro, ganhar um Rally dos Sertões que meu professor espírita vence, “Incrível, temos uma pessoa em comum!”, essas coisas.

Fiquei rindo e o lembrei:

– Temos duas.
– Puts, que vacilo! Tinha me esquecido da sua mãe. =/

Sem joguinhos, os sinais são claros, diretos, assertivos. Até dispensou meus serviços de cupido. Sendo aplicativos, ainda não caiu a ficha de como o Airbnb virou Tinder.

– Quem eu quero conhecer é você.


15 de fevereiro de 2018, às 4:22

<< Sugestão musical: Good Charlotte - The River >>



Fogo para seu cigarro

- Mari, posso mesmo dormir na sua casa?
- Lógico. É o mínimo, amiga, que posso fazer por você!

Ela acabou revelando que não tinha sido assaltada. E dentre suas meias-verdades tentava me convencer de sua posição de “vítima” ao marcar um encontro com dois rapazes no mesmo horário e local. Por atraso do plano B, chamou o plano A que trabalhava por ali perto. Quando os planos se encontraram, a moça de profundidade de um pires rodou. Só, então, botei fé que tinha deixado entrar, por tanto tempo, uma vampira no meu sagrado lar.

Respirei fundo uma, duas, várias vezes. Só fiquei em paz de espírito ao olhar dentro dos olhos dela e dizer, refletindo as palavras o mesmo número de vezes que respirei o oxigênio que me faltava ao me deparar com o esgoto: “Merda! Você fica cobrando “empatia” das pessoas no Face para agir assim, sem coerência? Se coloque no lugar desses caras! Se fosse com você, estaria chorando, fazendo textão, jogando o nome deles no lixo. Não tem justificativa o que você fez. Vagabunda!”.

Diante o cinismo, gastar o latim da oração para exorcismo é tão desgastante quanto o japonês para tratamentos de purificação. Fiz o que tinha que ser feito. No banco espiritual, o investimento é certo e uma vida pode ser insuficiente para o pagamento das pendências acumuladas. A noite acabou cedo.

Já despertas, agradeci pela drenagem de energia excessiva que tenho devido o sangue naturalmente doce. Como se eu tivesse que rogar desculpas pelas suas culpas, você não me perdoa ainda pela estaca no seu coração em plena luz do meio-dia. É fogo! Quanto mais lenha joga, mais continua a te queimar e sujar por dentro as cinzas...


29 de janeiro de 2018
, às 3:35

<< Sugestão musical: My Chemical Romance - Burn Bright >>


Textos, textos e alguns rascunhos

Ser de universos
Tarde com algodões doces
Sede uni(versos)!

25 de maio de 2017

RECORDAÇÃO DE UM AMÁVEL CASAL

O Amor contempla quem ama, Amor.

<< Sugestão musical: Autumn leaves >>


28 de junho de 2017

PROBLEMAS DA EMA DESPENADA

Po(bre) ema...
Deveria amar a si mesma
antes de exigir pena.

30 de maio de 2017

QUADRILHA DE SETE FACES

Fulano faz amor com Beltrano.
E namora com Sicrano,
que tinha entrado na história do Face.

13 de junho de 2017


8 de agosto de 2017

QUE FASE...

Nunca imaginamos
que nosso maior
objetivo de vida,
um dia, seria
continuar com vida.

26 de maio de 2017

TRANSPARENTES

Como a água e o ar devem ser
Saudável, potável, respirável
Como todas essas imagens positivas
propagadas nas propagandas, publicáveis

Conectados de uma maneira inconfessável
Os garotos vão lá quebrar o sistema capitalista
para depois comemorarem isso num bar
pagando por cada cerveja, cada cigarro, cada droga
e uns 50% ficarão em impostos para o governo

Temer, não, eu nada temo
É previsível demais essas variáveis
É fácil demais todos esses jogos programados
Mas eles não fazem ideia das regras
O que torna tudo isso ainda mais obsoleto

Com clichês sofisticados querem encarar a simplicidade da vida
“A vida lhe dá o que você entrega”
Depois da pose, depois de algum tempo,
A vida vai te dar a morte, pode ter certeza disso
Essa é lógica da pobreza humana continuar
Ela é presenteada com o que entregamos

Depois de perder o que nunca teve
Ele foi me ensinar como conquistar algo
Na visão dele, sem saber que eu estava apenas observando
os caminhos de sua configuração mental
que o tornavam um conquistador miseravelmente barato
Perdido, ainda quis se achar com a ostentação de suas preciosidades
Sem misericórdia, lembrei que aqueles únicos tesouros verdadeiros
eu os havia também fabricado com meu próprio sangue e oferta gratuita
A ciência dessa bondade é a medida exata para seu desespero perfeito

Mudar a forma é fácil
Uma cirurgia aqui, outra ali, exercícios
Enchimentos, maquiagem, torniquetes estéticos, hormônios, remédios
Alimentação balanceada, temos condições para isso
É só isso e fiat lux: outra aparência é criada
Difícil é transformar a merda que há por dentro em algo fértil

Uma tela em branco ao receber uma infinidade de cores
torna-se, infinitamente, colorida
Uma estrela nasce toda vez que um buraco negro
absorve todas as possibilidades seminais de luz

Alquimia é o motivo para eu ter que existir aqui e até agora
Num mundo desconexo que cobra caro o ingresso para assistir Deus
Nem posso chamar de solidão o que eles têm, é só vazio compartilhado e só
O que me fez ter gastos de energia sobrenaturais e trocas desproporcionais
Até agora

Dê-me a mão
Vamos reverter a ordem em curso
Vamos voltar ao início

Tranparentes
Como todos esses vidros devem ser
Aceitável, confortável
Intransponível

Hasta la vista, baby

27 de junho de 2017

ANJO POR ACASO

Pedi para a Bondade
que mora em meu coração
“Por favor, desejo ter asas!”

Mais divinas que a criação
da perfeição imaginada pela humanidade
Arranquei de mim aquela beleza

Cuidado ao pedir algo em oração
Era um fardo ter nas costas
o peso de voar.

14 de junho de 2017

Como o vazio nas mãos se tornou o ponto de virada

Foi apenas um treino para permanecer com meus propósitos humanistas após as surras que levava sem dó e por mero prazer perverso das crianças que eu não tinha coragem de mostrar a minha verdadeira força. Devo ter aprendido isso ainda na adolescência nas aulas de karatê, o caminho das mãos vazias, o que escrevi com tinta invisível da consciência. Todo final carrega a possibilidade de um novo começo.

Lógico, dependendo da habilidade do escritor da própria vida. Bom, a verdade disso para mim é um tanto mais, digamos, rizomática. Acabei pegando “gosto” por esta palavra que lembra “riso”, “mas”... De tanto lê-la nesses livros encantados da academia, percebi o hiperlink descritivo desta vida em rede sem história por sempre ser ao vivo. Sempre...

O final foi o tiro, em sequência, para consequência de vários outros finais. Sim, um eufemismo para dizer o quanto metralhei o passado. Carregada de tantas respostas, ando sem presentes, sem testemunhas oculares, sem culpas, desculpas. As decodifico de maneira mais rápida, quase instantânea se comparada aos meus comparsas de viagem. Sou de outro tempo, desconfiei desde o princípio.

Seria um milagre estar aqui, se não fosse pelos meus 21 anos de injeções diárias. Conseguem controlar os níveis de hormônios em adesivos contraceptivos para mulheres, mas insulina, um outro tipo de hormônio e unissex, não. Posso fazer cirurgia de transplante de pâncreas apenas se meus rins pararem também. Insulina aerossol não chegou no Brasil porque não é bom para a concorrência aplicada em me furar, me ferrar. Que droga de manipulação barata eu inventei de pagar para existir... É o preço.

Vamos lá! Assisti novas tecnologias, novas descobertas científicas numa TV digital, ossos sob medida, com precisão e impressão cirúrgica 3D, em Singapura. Na Alemanha, parecem que descobriram a cura para a esquizofrenia e depressão, frequência de 30 vezes essas palavras doentes de sentido ocidental. A culpa não é mais subjetiva.

Se é objetiva, a representação do mal estar da nossa civilização touch screen são os microorganismos presentes em nossos corpos, um número cerca de 10 vezes maior do que de nossas próprias células, que podem ser combatidos com cortisona, eles disseram. Não entendi o tabu de mencionar a bipolaridade, apenas um bip em toda a matéria comprada. O que Sartre dizia mesmo sobre os outros, extermine-os se não prestam ou algo assim?

Os limites para ser Deus, ou brincar de ser ele, um dos pesquisadores sentiu nos ossos. Muita responsabilidade, né? Por se julgar sensato, com aqueles olhos puxadinhos e espantados pela pergunta, ainda se considera humano. Mal sabe, mas sabe que existem os loucos do outro lado que não irão parar logo por normas de bioética, ainda mais com uns 815 milhões de seres humanos morrendo de fome, segundo a primeira página do Google. Morrendo sem nenhuma Literatura cristã que os possa salvar. Citando o Michael Jackson do South Park: “Que ignorantes”!

E eu nem mencionei os números da guerra constante para sobreviver à violência diária, já que não consigo me atualizar nem com buscadores online. A vida em números, estatísticas com margens de erro para mais ou para menos. E a pergunta do Fantástico, após mostrar um bebê com uma síndrome rara, uma tal de AME, por tabela: Quanto vale a vida?

Para um referencial de dados e fonte capitalista, a vida vale a pena ser vivida se lucrativa. Vamos, observe da cadeira o precipício em cadeia evolutiva, aproveite as métricas sociais e este algoritmo que me fez cair em seus olhos, sabemos, intimamente, que a maioria vale menos que nada. Ou teria outra justificativa este sofrimento absurdo de um mundo falido por tantas ostentações fálicas broxantes?

Eu queria dizer que tudo isso não passa de obra de Satanás, mas se eu escrever isso seria oferecer para toda a humanidade não mais a criação como opção, uma das várias orientações escolhidas por livre-arbítrio (ou seria este um arbítrio de criar liberdade em condições tão precárias?), de um bom futuro para além deste presente que não conseguimos zerar para mudar de fase. Seriamente condenados, seríamos as criaturas do próprio mal. Bilhões de capetas, quem aguentaria este inferno?

Imaginar, muito menos, mesmo Deus, em sua onisciência, usar de sua vontade de onipotência para ter criado seu anjo mais lindo, tentação pura, para cair mais cedo ou mais tarde no submundo das drogas. Por vergonha ou a falta dela, eles não ousam confessar. Esqueça aquela besteira que colocaram como autoria de Einstein para que o texto de internet se tornasse fake news de credibilidade.

As sombras não são ausência de luz. O frio não é ausência de calor. A inércia não é ausência de movimento e por aí vai... Massa sem tempo, correndo apressada para lugar nenhum. Física atemporal e sem-teto acionada, lembre-se muito bem disso: a origem do mal existe por vontade do bem.

“Pode parar por aqui, é o suficiente, você tem tudo.” É o que sempre me dizem alguns desprezíveis que invejam na minha superfície algum paraíso idealizado por tantas mentiras publicitárias. Venenos que compram, diariamente, como alimentos para depois verem em seus corpos a pregação do feio, desprezarem-se. Oferta de necessidades para insatisfação generalizada é tão interessante para os negócios, certo?

Errado. Ou é uma questão de aparência a admiração por ídolos? Ou ter papéis e papéis que certifiquem o quanto estudamos, mesmo que a maioria, sentada em carteiras escolares, saia de lá como entrou, ainda analfabetos funcionais? Ou possuir algum valor que só o dinheiro pode comprar? Nunca aprendem o que é o amor mesmo com autossacrifício de inocentes, pobres crianças, pobres velhos, pobres.

O sonho que sonhei para a gente nunca foi este. Enquanto estiver viva, irei persegui-lo. É o que me mantém viva. Mesmo que você, nem ninguém tenha fé, eu prometo. Isso é apenas o começo. rs


<< Sugestão musical: Kylie Minogue - The One >>




Sugestões musicais alternativas, tipo "B"

Gossip - Move in the Right Direction
https://www.youtube.com/watch?v=12zPU-8bsTE

Grimes - Be a Body
https://www.youtube.com/watch?v=Q713eHNFvuU





sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Pregos para a vida eterna, injeções para a vida inteira


            – Mamãe, sinto que um dos motivos para eu vir ao mundo é porque sabia que aquele óvulo era seu. E por saber, de dentro do meu genitor, o quanto ele era escroto, eu, instintivamente, procurei vencer a corrida para destrui-lo a partir da minha concepção.           
            Ao falar isso numa tarde ensolarada e amena de sábado, minha mãe, mesmo sendo aquariana, não aguentou o vanguardismo da viagem que eu narrava, arregalando os olhos na hora. Um misto de terror e horror. Ela nunca falou um “a” mal de Carlos Eugênio, para meu azar, só elogios, que ele era muito inteligente, sociável, articulado, educado, ótimo astral, sedutor, bonito, sensível, empreendedor, arrojado. Para piorar o cenário, disse anos atrás da minha revelação ontológica, que ele foi o amor da vida dela.
O capricorniano me conheceu com 6 meses de vida e mesmo minha mãe me enfeitando toda para ser a bebê mais digna de comercial da Pampers, ele não reconheceu a paternidade, nunca a ajudando nem com o dinheiro das minhas papinhas. Certeza que eu o olhei, já nenê, com tanto desprezo que, sorrindo angelicalmente, eu lembro de ter mentalizando numa frequência muito sutil e poderosa:
– Fique com suas raparigas, trouxa! Torre seu dinheiro com elas como se não houvesse amanhã, porque elas logo irão desaparecer. Engravide outra novinha, tenha um Júnior que te despreze com muito mais intensidade ainda que eu. Ele irá te ferrar, dando até PT no seu carro mais caro, se envolvendo com torcida organizada, parando em delegacias, porque você não sabe educar, só sabe trepar e engravidar. E depois de você ter gastado uma fortuna com a faculdade dele de Direito, ele vai se formar para decidir ser pastor. O que explica porque ele te perdoará e amará a ponto do filho ser pai do próprio pai. Se a mãe dele é macumbeira como você me dirá no futuro, eu não sei, porque você, doador de espermas, é tão encruzilhada que para não dividir os bens com ela, colocará tudo no nome do seu advogado que vai te tombar de vez para sua pobreza material combinar com sua espiritual.
Para minha sorte, já na barriga da minha mãe, dando o meu melhor para aprender com ela nas aulas da Faculdade de Letras, da UFG, o chefe dela, um arquiteto taurino muito foda, quis ser meu papai. Aí, sim, eu dei valor! E vi que aquilo tudo era proposital: a conexão que eu tenho com meu pai é surreal. Depois de ser despejado da própria casa pelos filhos do primeiro casamento; mamãe, eu e meu irmão mais novo ouvíamos, com frequência, ele afirmar convicto durante as refeições familiares:
– Vocês são minha verdadeira família.
Talvez, Otalves foi meu criador em outra vida, iniciando-me, quem sabe, nos mistérios da senda cósmica nos tempos e templos do Antigo Egito. Sou sua única filha de 8, nesta vida, a acompanhar seus passos místicos, mesmo que ele tenha me confessado que eu já era avançada demais até para ele do último grau da Ordem, exercendo, na época, a função de tipo um padre dos rituais, um capelão, como dizem por lá. Um homem de uns 71 anos, humildemente, dizer isso para a filha de uns 17. A verdade é que quando alguém desencarna, quando há amor, a alma dela continua com a gente nos nossos corações.
E bom, eu já fiz um experimento místico e testei, por acaso, a energia do meu pai também. Ele carregava numa corrente de ouro um pingente de esmeralda, que parece ser uma pedra boa para quem é do signo dele, e como ele era um tanto romântico para além do ponderável, comprou um pingente de esmeralda igualzinho para minha mãe. Tal combinação, um casal que compartilhe, cada um, do uso de uma esmeralda em comum, significa “amor fiel”. Minha mãe nunca a vi usando a dela. O meu pai, sim, desde criança até o fim da vida.
Pois bem, numa oração, comecei a sentir uma vibração estranha na mão que segurava a pedra. O chacra da mão esquerda ativou e senti uma bolinha de aura verde que se desprendeu do pingente e entrou em mim até chegar ao coração. Fiquei feliz e comecei a usá-la mais vezes para aproveitar a energia do meu pai ao meu favor. hehe
Fiel eu nem sempre fui com meus ex-namorados. De 5, traí 2, e o último preferiria que eu o tivesse traído do que a vingança que cumpri. Ele ficou bastante, bastante mesmo traumatizado, prometendo a si mesmo que ficaria uns 7 anos sem namorar até ser capaz de oferecer responsabilidade afetiva e de realizar a si mesmo para ser por inteiro, e não pela metade, num relacionamento. Não adiantava ser amado sem, antes, amar a si próprio. Amar-se para, depois, amar o próximo como a ele mesmo.
Quando ele terminou comigo, ele não esperava que ele seria a primeira pessoa a saber, bem de manhãzinha, da transa que tive com um cara que ele chegou a suspeitar do interesse do outro por mim, mesmo eu, realmente, não notando na época, e contar detalhe por detalhe, aumentando muita coisa, do lance sexual. Melhor presente de Natal para destruir o ego de um leonino para compensar o Carnaval dele.
Bêbado demais, levou foi fora de uma esqueleto, apelido que dei para a guria que ele manteve a amizade esquisita por meses, após as cinzas, para meter pau no namoro comigo, compartilhar ansiedades com ela porque achava vergonhoso um universitário demonstrar fraqueza para a namorada bacharel, e ficar, mentirosamente, a elogiando a tal ponto que a idiota alimentava um amor platônico por ele, mesmo eu lendo a conversa de cabo a rabo que ele recusava as investidas dela.
Lógico, ele sempre curtiu mulher mais cheinha pelo vício em bunda e seios fartos, fora que não a admirava, só tinha pena dela, mas gostava de ser admirado por ela. Foi para foliar, tentou me trair, ficou todo fodido. Ou não. hahaha! Acho é pouco. Deletei o número dela ainda e ele ficou sem força de procurá-la após a carnificina espiritual que ele buscou para si.
O que eu quero ilustrar com tudo isso? Que os erros que cometi eu os fiz porque eu quis. Não me arrependo de nada, absolutamente, nada do que fiz. Não posso colocar a culpa em ninguém, nem no PT, nem no Carlos Eugênio, pelas escolhas feitas. Hoje, a história é diferente. Perdoei-me por reagir a dor, em consequência do amor que sentia pelo meu ex, sem estar atraída por outro. Afinal, a repetição leva a repetição.  
Se ele não tivesse errado com minha mãe, eu nem nasceria... Ela não teria vivido o lindo amor de férias de julho de 89 dela. Ele que sempre quis ter uma filha... Não sei se isso é um elogio ou xingamento, mas todos dizem que sou a cara dele. Desde muito pequena, antes de aprender a decorar as datas importantes da História e esquecê-las assim que tirasse 10 na prova, quando via mulheres pobres e abandonadas grávidas, eu achava a coisa mais abominável da face da Terra. Pensava o quanto era difícil para um bebê sobreviver sem maior proteção financeira, afetiva, paternal. Sem saber por 17 anos que quase passei por isso.
Quis destrui-lo e isso me destruía. Um erro. Sem a existência dele, eu também não existiria. Talvez isso explique, espiritualmente, porque eu sou a única das dezenas de netos que herdou diabetes da minha avó paternal. Um fio de cabelo me machucava a partir de sua origem, no couro. Ela tentou se comunicar, agudamente, comigo aos 17. Falei para meu pai, vivo na época, sobre o fato. Resolvi arrancar o único fio de dor aguda. Eu e meu pai rimos para depois rimos de novo ao assistir Pica-Pau. Coincidentemente, uma semana depois minha mãe me informou que a mãe de Carlos Eugênio tinha falecido. Ela morreu sem me conhecer.
O que amo, me mata. Doces. Amor abnegado.
Eis o acerto de contas. Um prego na cruz por todo perdão de cada pecado que volta a ser repetido. Mas não é Jesus o crucificado, oras, já estamos no Juízo Final! rs Quem eles querem ainda enganar? A si mesmos? O reino de Deus está dentro de nós, mas diante a culpa, a frustração, a inveja, o vazio e tantas outras mazelas interiores, a maioria está se condenando ad eternum por sua própria consciência e risco...  
 
<< Sugestão musical que Carlos lembra da época que nasci: 
Nenhum de Nós – O Astronauta de Mármore >>