terça-feira, 29 de março de 2011

Prove a dor




O amor dá que rima?
Não me prove a dor
de amar em cima de
Muro de puro rancor.

A solidão é para quem
Quer alguém e fazê-lo
Escravo e marmelo
Doce de neném.

Isso tá virando um soneto
Que atrevimento!
Eu que fiz trovinha

Não, idiota, poeta
Isso é na minha cara torta
Bobo deu corte na rainha.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Neta da noite


Não ouça, se quiser. Finja que isso é poesia, apenas loucura da mente humana. Não leia. Não fale. Finja. A minha história é mais ou menos assim:



Minha mãe, pouco sei dela. Eu era cega. Não a conheci com todas as cores que hoje a cura me permite. Meu pai, um estuprador, comeu aquela pobre luz, deixou-a no escuro. E eu não. Tive um avô sonetista que me ninava: Mamãe foi para a roça. Papai foi passear... Com 18 anos descobri a verdade sobre seus olhos maternais de Lua. Fases. Todas escondidas porque o Sol é apenas eclipse. Carrego sua estrela de Salomão no meu coração dourado. Meu avô foi AVE que tirou minha cruz. Planto rosas, mas as lembranças de EVA que não são minhas ainda me espinham... Deus, fé em Deus. Porque me vinguei. Vinho corre e escorre das veias do assassino de infâncias perdidas. Eu agradeço em paz de espírito pelo crime pago e apagado. Face feminina do Pai. Shechinah. Você contou todos os seus segredos agora. Que outro Jeová melhor lhe acompanhe. Voe e vá. Foi o que orei.

domingo, 20 de março de 2011

Sangue

Guardo segredos
Sobre mim
Nada a revelar

Sobre meus dedos
Nada assim
Sangue de açúcar

Gosto, entrelinhas
As agulhas, o amargo é triste
Minha dor nada alheia
Todo santo é dia

Célula-tronco embrionária
A cura, nada existe
Para manter a coexistência
Gosto, entre linhas e pontos...

quarta-feira, 16 de março de 2011

Mente perigosa na cultura de massa


Suas falas e falhas
Que mente, minha filha!
Pega nas verdinhas folhas
O gozo ébrio, o brio empilha

Roubou minhas lembranças
Perdoo em tal semelhança
O xadrez e o cheque da esperança
Criança já deu descarga na sentença

Que bosta!
Queria ser gato de botas...
Devolvendo simples escritas
As fábulas serão idiotas?
Permanece a matemática em incógnitas...


Destaque do poema de hoje: Comercial Devassa com Sandy - Todo mundo tem seu lado Devassa!
http://www.youtube.com/watch?v=X0fqZALSEMU

segunda-feira, 7 de março de 2011

A importância da arte primitiva


A arte primitiva, para muitos no meio intelectualizado, se mostra importante, sobretudo, como produto da História. Um poema me mostrou além desses limites conceituais. No âmago das minhas sensações, onde eu morria de rir por escrever, percebi que os leitores também riram do que escrevi em versos. A minha sensação foi entendida e sentida, subjetivamente, por muitos leitores. Isso foi muito mágico, catártico, para não dizer, transcendental. É tanta coisa para poder fazer referência e inferência, tendo, portanto, que rever mais fortemente meus conceitos, não só no sociologicamente aplicado na sociedade; mas, também, na arte, aceitando, de fato, a diversidade das culturas, sem etnocentrismo e com criticidade.

Apreciar o primitivo é feito, ainda, nos nossos dias modernos/ pós-modernos/ contemporâneos: já vi muitas mulheres comprando brincos de penas coloridas; colares de sementes; adornos de ouro; jovens usando alargadores como os nativos brasileiros faziam/fazem; homens com cabelos grandes; raves; chás medicinais que os pajés já conheciam os efeitos terapêuticos...

Eu sou fascinada por Sociologia da Arte e tenho que citar o pensamento de Marx e Engels, mesmo que, claramente, como afirmam outros teóricos, isso fuja ao materialismo histórico:

“Um homem não se pode tornar de novo criança, a menos que se revele infantil. Mas não aprecia os modos despretensiosos da criança e não deverá esforçar-se por reproduzir a verdade delas num plano mais elevado? Porventura o caráter de cada época não é revivido perfeitamente em conformidade com a natureza na natureza da criança? Por que razão a infância social da humanidade, quando obteve o seu mais belo desenvolvimento, não exercerá um encantamento eterno como uma idade que jamais voltará? Há crianças mal criadas e crianças precoces. Muitas nações antigas pertencem a esta última classe. Os gregos eram crianças normais. O atrativo que a sua arte apresenta para nós não conflita com o caráter primitivo da ordem social de que brotara. É antes o produto desta e devido ao fato de que as condições sociais imaturas sob as quais a arte surgiu e sob as únicas em que poderia aparecer nunca se poderiam repetir” (Marx; Engels, 1986, p. 54; apud, Viana, 2007, p. 21).

Portanto, a arte primitiva, na vida adulta, deve surgir como material artístico, pois, só assim, a infância será compreendida como um plano mais elevado na visão da produção do capital cultural, social e econômico. Ou seja, para uma sociedade em que as normas e os valores circulam o objetivo capitalista, o infantil é lucrativo enquanto Arte.


Referência:

VIANA, Nildo. A Esfera Artística: Marx, Weber, Bordieu e a Sociologia da Arte. Zouk, Porto Porto Alegre, 2007.

sábado, 5 de março de 2011

Gênio da risada excêntrica


hauhaauhauahauhauhau
hehehe
hauahuhauhauhauahuah
rsrsrs
hauhauhauhauahauhaua
hihihi
MuhahaMuhahaMuhaha

Para, porra!
Isso é sem graça!

kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
k!