segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Johns, eu não estou brincando. Não com vocês

“Saiba que eu sempre te amei, te amo e sempre vou te amar.”
Isso só pode ser “zoa” com minha feiss.
Sério, o que foi, vocês dois combinaram a mesma fala de Natal?

“Ah, mas você é tão diferente, tão autêntica,
profunda, sábia, poderosa, quente, viva, rica de si mesma, verdadeira, lá lá lá”
Vocês dois são uns verdadeiros trouxas, sabe.
Sempre lidando com minha imagem da maneira mais ilusória possível.
Em queda terrível pelo reflexo no espelho que só vocês enxergam, projeção.
É impossível eu não ser perfeita para vocês com tantos retoques,
com tanta imaginação, idealização,
nem o photoshop supera-os.
Eu não tenho culpa se enxergo a verdade de ambos,
enquanto, para variar, bancam os falsos com as outras.
Não foi por falta de conselho, né, João Vitor?
Pelo menos você reconhece seus erros, certo, João Marcos?

Me poupem dessas fotos particulares no meu Whats
de quem acabou de sair do banheiro
após o treino da academia.
Ou desses olhares paranormais para destroçarem meu corpo junto com meu espírito
sem esconder a saliva no canto da boca
da espera, da vontade ansiosa e faminta do jantar
como se eu fosse o tipo de presa comum que vai cair numa armadilha tosca dessas.
Isto porque nunca compartilho nude,
muito tradicional para esses modismos de gozo virtual.
Mas quem sabe este nude de alma. Vai ser um prazer... Que tal?

E esses áudios quase chorando em desespero e súplica ofegante
também não me comovem.
Nem os sonhos eróticos que vocês ainda inventam comigo
para me culparem depois que os deixo carentes
porque nunca os correspondo, porque eu sempre dou fora
porque nada comigo de tudo de vocês funciona para me conquistar
porque eu sou difícil, difícil de verdade, blá blá blá blá

E parem de continuar lendo Nietzsche como se fossem me desnudar um dia
porque vocês continuarão não compreendendo quem sou
mesmo que eu me traduzisse na língua dos anjos nas suas lindas bocas.
Imagine se algo real tivesse acontecido entre eu com algum de vocês
se eu fosse acessível, será que teria paz?
Whatever, mesmo depois da separação das almas gêmeas, eu sei que não.
Eita, carma difícil de zerar, caramba...

Johns, superem tal visão do paraíso, um inferno para mim.
Porque vocês não viram nada este tempo todo.
Fiquem cegos, apaguem-me, me transformem no branco da memória.
Por Tomé, compreendam isso sem os olhos!
Compreendam isso com tudo e nada ao mesmo tempo.
O caminho é o sentido.

2 coelhos numa cajadada só:
Feliz Páscoa.



quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Use sua vontade e pergunte-se

O que é o coração da escolha?

Do outro lado da ponte,
o outro lado da conexão.

Uma rima imagética.
Dois poemas imaginá
rios.

D(ep)ois da chuva, 
D(ep)ois de Shyva,
limpeza
desap-ego
destruição
transformação
renovação
tudo do zero de novo, nada
para o que tudo é ser.

Eu sou o que eu sou.
O que é meu é de todos e
O que é de todos é nosso, pois
Nós somos.


Meu olho esquerdo
levemente inferno.
Qual é mesmo a pergunta
para a resposta?

Queimo a ilusão.

Ninguém para acordar

com um beijo doce de mar.
O que estou fazendo de olhos fechados?
Agora para o passado.
Agora para o futuro.
O presente aberto, sem embrulhos.

Abertura da visão direita

Correta a depender da perspectiva
Direta para as engrenagens
7 chaves, 7 claves, 7 chamas
Estranha combinação para uma senha.
Sinos, sinais, sins.
 

Salvação em água.
Mistura de pura solução.

Dê um tempo.
Quando?

Enquanto escolhi esperar.

A escolha que meu coração não sente.
Distante, dissonante, apenas pressente.
Todo frio e calculista.
Um relógio sem lógica e com pulso
por sempre tocar, precisamente, em espaços sem precisão.
Depois de tanta desfragmentação,
a cada grão de areia que caiu da ampulheta,

finalmente, será a hora de zerar os ponteiros desta batida?

E, de repente, o relâmpago cantou para o arco sem íris
o silêncio do trovão.

Day and night, sh
aping the clockwork.
Every detail, the big and the small.
I'll pick you up when you fall.
I’m your father after all.
It’s not your time.

I’ll fix you up.

Da base para o ápice.
Da pirâmide.
O fim
para
o começo.
De novo: Devo? Quero? Posso?
Não posso mais zerar o tempo
que feito um rio
correu entre nós, margens.

Faço das suas palavras minhas.
Faça das minhas palavras suas.
 

Não era assim o tempo todo? 

O que é meu é de todos.
O qu
e é de todos é nosso.
Nos-so-mos.
So(u)-mos o que
So(ul)-mos.


E ouvimos
vibração por vibração
frequência por frequência
ressonância por ressonância
o mesmo som de um compasso
toca e toca, pulsa e pulsa
que chama coração.




terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Eu Nirvana

A debutante recusou a festa de 15 anos. "Não serei eu a mulher a ser ofertada para essa alta sociedade hipócrita, competidores da derrota de quem tem mais do mesmo, que se mata e deixa-se morrer por míseros trocados. Eu serei muito mais que isso, seus vermes." - ela pensou.

O pai ficou triste, a mãe frustrada. "Minha filhota é muito rebelde, não basta seu cabelo preto de índia, mas desvirginado com vermelho nas pontas, tem que ainda rasgar o protocolo de se iniciar como mulher da sociedade. Foi a única a recusar o papel de columba, algo do mais alto prestígio na Ordem para que uma moça mantenha acesa a Chama Sagrada em nossos rituais, simbolizando a consciência divina. Logo eu, reconhecido socialmente, sacerdote, gavião-de-penacho, estou sem chão..." - pensou o pai. "Não terei mais foto nas colunas sociais do jornal local" - pensou a mãe.

A adolescente se superou. Publicou, aos 15, seu segundo livro de poemas, "Muito Mais...", com até prefácio de doutora em Literatura e professora universitária - sua tia de coração. rs "(...) Muito mais" (seguido de reticências) é um título apropriado para quem apenas começou a viver e a experimentar o encantamento da descoberta da poesia. E a epígrafe desse pequeno livro nos revela o significado das reticências: ao adestramento e formatação do quadrado (aludindo à solidez das estruturas sociais caducas), Mari prefere a existência individual e fragmentária do ponto, mais compatível com a natureza humana. E é dessa perspectiva que pretende construir-se como ser entre outros seres. (...)"

Isso repercutiu em alguns impressos locais. E, com a vinda do prefeito no lançamento, a Ordem nunca mais foi a mesma. Regularizou a situação espacial com a prefeitura, mas desde que cedesse parte do terreno para a comunidade. Um terço do terreno virou um parque de ginástica comunitário e, ao redor da praça com o templo Mãos Postas com seus cercos e muros, ganhou pista de cooper.

"Se é para me tornar um quadrado,
Sou mais ser infinitos pontinhos..."


segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Verdade Curiosa

- Olá! Sou a menina curiosa. rs
- Olá! Agora estou curiosa do por que você quer isso... Por quê? rs
- Olá. Tudo bem?? Então, eu sempre li, vi relatos sobre experiências, expansão da consciência e tal e tive vontade de saber, entender mais, conseguir fazer... Também curto experiências psicodélicas com cogumelos, lsd... (não sei se vc gosta ou conhece). Mas não sei como fazer, o que pensar sei lá... Entende?
- Entendo. Bom, a experiência espiritual que tenho é sem interferência artificial; já dilatei uma vez para saber o nível de influência em terceiros. E dois conhecidos, inclusive eu, ficamos 2 dias sem dormir, sem ninguém usar ou fumar nada. No máximo beber um modesto copo de caipirinha cada um de nós. O jovem disse que o que eu proporcionei a ele foi "mais tenso e intenso" que todas as experiências que ele já teve com LSD. E que não era para eu fazer isso novamente... rsrs Agora, sabendo dessa minha introdução, vamos à sua questão.

A experiência de expansão da consciência, como próprio nome já diz, vem de sua própria consciência. E você tem que navegar o máximo possível nas suas próprias emoções, pensamentos, sensações, sensibilidades para isso, seja isso "good" ou "bad". Por isso, perguntei o que estava sentindo, começa por aí. E tem que ser uma busca sincera, não por mero divertimento, por prazer.

Muitos param a investigação porque sabem que o mundo espiritual não é só paraíso. E, sim, se sua frequência estiver baixa, é bem possível acessar os piores submundos.

Por isso, muitos daqueles no grupo relatam que não ultrapassam a barreira ou fronteira entre os planos, porque não sabem o que pode vir... Eu ultrapassei porque sempre tive o desejo profundo de conhecer, sentir e integrar à presença de Deus, e isso começou aos 7 anos, que foi quando adquiri diabetes e pedia a Deus para me curar. Acabei despertando chacras. rs Eu entrei nisso por desejo da minha essência.

Sabe aquela parada de terceiro olho? Tenho este centro e outros despertos por todo meu corpo físico, inclusive, o coronário, o que faz eu, naturalmente, vibrar violeta, agir em prol da transformação, transmutação espiritual. Atualmente, acesso uma oitava e nona nota também, que vai para além do “si”, vai para além das 7 notas musicais físicas!

Que divertido a nona: agora entendo onde ficam as auréolas, bem na parte dos cortes dos antigos monges franciscanos, e é tudo tão dourado e quentinho! As pessoas ficam até doce perto da gente. rsrs Aí, a oitava é algo mais gélido, é como se reagisse a coisas ruins queimando feito nitrogênio ao grau mais baixo possível. E testando isso durante uma caminhada, quando alguns homens me olhavam com intenções maliciosas, ao encará-los pareciam reagir com medo, como se gelasse a espinha.

Aí, cheguei em casa e quando olhei para o céu da 1 da tarde, um céu azul e límpido, que lindo! Tinha faísquinhas cintilantes brilhando lá fora! Olhei várias vezes e repetia. Era muito fofinho. E depois, do nada, ai, tô arrepiando as pernas só de contar, nossa, outra novidade: do nada veio um clarão foda do meu quarto, já tava claro, 1 hora da tarde, veio um clarão dourado de dentro do meu quarto com a janela aberta, meu quarto ficou mais iluminado que lá fora, foi tipo um barulhão do nada, com esse clarão e lá fora ficou uns 10 segundos mais escuro que meu quarto. Foi muito espantoso!

Assim, ao entrar muito em mim é que ultrapassei a barreira do EGO para encontrar o EU. Desap-ego de sua imagem é necessário para adentrar ao que é verdadeiramente real.

Quando você chegar ao nível do despertar do EU, você encontrará outros EUS, e aí, você perceberá que o tempo todo somos NÓS, ou como eu já escrevi em um poema, "Somos D'EUS na multidão".

P.S.: Anem, a guria desapareceu! Tá, que assim seja... rs



segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Mais alho e cebola no bife, por favor


Quem renega o Pai, por Ele será renegado. E, antes de nascer, a má criação originária de um pecado entre um copulador desprezível com uma interesseira apaixonada depois de todas as desculpas esfarrapadas regadas à bebida para gratuidades perigosas que não são de graça. Prazer, mundo, sou eu!

É engraçado perceber que fui adotada logo por um sacerdote de alguma dessas antigas ordens em curso desde antes o cristianismo. Literalmente. O que será que ele interpretou no código inscrito em minha existência? Por que, ao contrário dos filhos sanguíneos mais velhos registrados, eu fui reconhecida mais que legítima, a filha amada? E por que carrego mais sobrenomes dele que meu irmão mais novo? Se ele entende de numerologia, ele sabe muito bem o que re-programou... Mas foi para isto mesmo que nasci: grazie mille, Papa!

Enquanto, do outro lado da família, um irmão é apresentador de TV e tornou-se o bispo mais jovem de sua congregação e outro estuda para ser pastor, eu, entre séculos depois de Cristo, apenas quero reescrever esta história demasiada inumana. O que se poderia esperar na Era de Aquário?

Aos 7 anos, a manifestação falha de uma das letras na linha genética, uma herança paterna que deixou meu sangue doce e só eu herdei de todos os netos de uma mulher que nem sei o nome. Acho que é Maria também. Aos 17, a revelação de que existe mais um Pai para mim para, assim, acontecer o choque entre dois polos e alterar toda minha noção psíquica e emocional de realidade, Big Bang. O mais profundo azul dilacerado por um vermelho infernal, a coroação deste violento violeta tão aclamado por espíritas de todas as espécies, tempos e espaços. Aos 27, não a cura, mas a declaração da não existência de enfermidade. Milagre?

Agora compreendo porque, perto dos 30, debutantes creem que ainda sou mais nova que elas. Ou porque no espelho só eu sei enxergar meu verdadeiro reflexo, imagem que parece ser uma distorção perfeita e natural aos olhos de quem vive de photoshop, plásticas e pinturas no rosto. Tava na cara que, uma hora ou outra, a verdade seria desmascarada. E, por isso, meus olhos mudam de cor em profunda escuridão... Já tinha sido alertada pelo mais cruel monstro sobre este aspecto... O gosto pela água em vinho... E todo esse sangue nas mãos...

Os mesmos jogos viciados de sempre, troca de interesses desinteressantes, parecer o que não é, arte pela arte, aparecer por aparecer, títulos sem nobreza, inflações e estouros de ego, individualismo exacerbado, vaidades supérfluas, sinceras traições, teatro de bons modos, flores artificiais, boa forma sem conteúdo, networking de contatos superficiais, drinks para esvaziar ainda mais o vazio, ter mais para menos ser, o paraíso prometido para os bons perversos arrependidos, amor sem amor, felicidade comprada. Dessa eternidade deformada, atingida por 3 balas de prata em meu coração, com água benta jogada em minha cama, fora a constante ostentação de crucifixos por inquisidores, continuo por aqui, com fervorosa fé, esperando por aquele que será capaz de me fazer companhia para ver o nascer do Sol pela primeira vez...

sábado, 2 de dezembro de 2017

Semiótica p(r)o(f)ética

Gosto de você. Como te disso uma vez, num começo de inverno no Hemisfério Sul, num tempo em que se espera o frio, mas o Sol é ainda mais forte porque é apenas um inverno para facilitar os cálculos climatológicos, um gostar que transborda o de simples amizade. Ao nível de amor, meu gostar nunca chegou a este limiar. Você foi forte e corajoso de suportar minhas cores que não existem, normalmente, neste mundo, já que as invento em outro plano pouco acessível a seres tão ligados ao material. E pelas suas mãos, minha roupa continuou em branco. E agora compreendo toda minha timidez original, um pecado para todos que me amam. Como um anjo num inferninho, eu apenas não desejava a tentação encarnada, docemente, em você. E se minha real natureza se expressasse com mais força, aquela que feito gelo corta o fogo de qualquer espécie e gênero, seríamos como azeite e água. Por isso, o silêncio oculto dos corpos, ruidosamente, se manteve em minha casa. Você não atraia minha queda, por isso, a falta de paixão. Mas traí a mim mesma quando deixei ser beijada por você, com uma definição de sabor que você sabe explicar melhor que eu. A chama violeta em mim apareceu, o sinal cármico para o chamado, novamente, de uma missão, o de transformar água em vinho para a missa. Mas de novo, não tem nem um mês, por que outro rapaz de mesmos olhos verdes? Até confundiu a besta da minha amiga... Odeio sincronicidades, mas se o sino toca de novo e de novo é para chamar a atenção de que, logo mais, começa a revelação. Você degustou as “33 metáforas abertas simultaneamente” que lhe profetizei? Ou ainda nada faz sentido? Terminamos o que não começamos. Começamos o que não terminamos. Enquanto não acharmos merecedores do paraíso, estaremos assim como estamos. Aceite, não temos salvação. Céus, esta que é a graça.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

ANTES

– Eu não sou fã de cinema... Não consigo compreender o povo pagar um puta valor para ver o filme e ficar se pegando lá dentro. kkkkkkkkkkkkk
– Tem arte para tudo quanto é gosto, inclusive, para assistir show sozinho de banda de blues. rs
– Quer se pegar, vai pro motel... kkkk Objetividade! Kkkkk Foco, força e fé! Se eu falar assim: "Mari, vamos num barzinho bater um papo e ver o que vira..." Já sabe: estou sendo objetivo.
– Nossa, falta poesia nisso... Eu sou muito subjetiva. Acho que dá para ler isso, literalmente, em mim.
– A poesia a gente gasta ao vivo!
– Cada um tem seu jeito de funcionar para tais objetividades... heheh
– Eu acho que se as pessoas fossem 50 centavos mais objetivas, o mundo seria melhor e a gente perderia menos tempo! Como eu disse, se as pessoas definissem o que é jogo e o que é treino, todo mundo ficava de boa... kkkkkkkk
– O que você fala perder tempo, eu falo conhecer o universo do ser humano com quem estou conversando... Assim, quanto mais secão na objetividade, proporcionalmente, mais secão vai ser meus foras. E, quanto a isso, posso molhar suas percepções com algumas memórias, né!? Bom, conhecer para depois envolver.
– Pois é... Vc não precisa conhecer para envolver... O que torna sua busca pelo universo humano uma coisa meio sem sentido! kkk Filosoficamente, não faz sentido! kkkk
– Eu sei o que sinto. Descobri que sempre tem que ter lance afetivo para depois, bem depois, acontecer algo. Fora os traços no meu corpo da época em que fiquei internada na clínica de repouso, me faz ser, exageradamente, prevenida... Fechada demais para envolvimentos íntimos.
– Mas vc já se deu ao menos o direito de tentar algo, assim, objetivo, carnal!?
– Sim. Odeio. kkkkkkk Sinto-me vazia. Triste. Usada. Só dá bad. rs
– O problema é que vc refletiu sobre o que aconteceu na visão sentimental... A coisa tem que ser mais biológica para funcionar... Senão, vai dar ruim mesmo. kkkk
– Mas eu te falei o tempo todo que sou subjetiva! Tá entendendo que isso não é gratuito? rs
– Sim, entendi sua subjetividade... Mas não sei se já viu Star Trek, mas é um bom exemplo. kkkk Os vulcanos são extremamente racionais, mas no fim das contas, eles acabam não saindo de sua zona de conforto para viver outras coisas! Qualquer dilema que envolva sentimento, eles bugam (no seu caso é o contrário). kkkk
– Isso! Por isso, quando mais sem sentimento a pessoa vir, mais sem sentimento eu sou na tirada... Essa é minha lógica racional! kkkkkkkkkkkk Mas se a pessoa é fofinha comigo, mais me entrego de corpo e alma. ^^

... DEPOIS

– É difícil eu me envolver por inteiro com alguém que não sabe ser por inteiro para dividir-se com pombos, para atrair bicadas, desejos, ao lançar migalhas para suprir, sem qualidade, a vontade de ser visto enquanto alimento e, consequentemente, ser alimentado. Afinal, ninguém quer churrasco da carne branca de pombos. Isto é, dependendo da dieta... rs
– Vc busca plenitude em relações! Infelizmente, nada é 100% nesse mundo. Se for se entregar à algo, tem der ser por você e para você! Não pense que outra pessoa fará o mesmo...
– Por já ter tido a plenitude uma vez na vida, não vou querer menos que isso. Logo, já estarei 1 ano solteira em dezembro. Ops, já estamos em dezembro! XD
– Vc pode achar que teve plenitude... Ninguém se entrega por inteiro, vai indo de pedaços! Ninguém. Bom, isso são percepções... Eu não acredito que estamos preparados espiritualmente para esse nível de entrega... No máximo, achamos que chegamos lá!
– Já tive uma vez. Não vou descer meu padrão. E, sim, a entrega foi se construindo aos poucos, pedaço por pedaço até estarmos por inteiro juntos. Mas não tem como manter a plenitude se uma das partes, depois, não se sentir pleno consigo mesmo... Ele não aguentou o peso da leveza que eu tenho comigo mesma e se angustiava mais ainda por começar a perder a habilidade de voar com as próprias asas... Bom, para um ex que nasceu de mãe virgem, qualquer coisa sobrenatural pode acontecer. Não duvide de nada. kkkkkkkkkkk
– Plenitude é individual... Como eu disse, nada é 100%. Eu sou bem realista com as coisas. Desculpe. kkk Sou tipo São Tomé!
– Eu também sou tipo São Tomé. Demorei 25 anos na vida para descobrir o que é amor, o que é namorar com amor. Só com o quinto namorado descobri isso. Os outros foram treinos. A verdade é que sempre achei que iria viver treinos a vida inteira por justamente não acreditar no amor.
– Será que era/é amor?
– Sim. Sei porque senti. rs
– Será que vc criou uma expectativa de que uma pessoa será igual à outra para preencher um padrão? O que nunca vai ser!
– Eu não crio essa expectativa. Eu quero amar o ser, não a imagem de desejo sobre o ser que desconheço.
– Quando diz que não aceita menos que aquilo que já sentiu, vc acabou de criar um padrão! Não é o padrão de pessoa somente, é padrão de sentimento! E se tem uma coisa que varia são pessoas e sentimentos. Pessoas amam de formas diferentes, em intensidades diferentes. Enfim, ainda acho que vc padronizou o amor que busca. Vai ser difícil...
– Ok. Você gostaria de um amor de uma psicopata?
– Pq fala em psicopatia? Vc mata pessoas? ahiauhiauh
– Não mato. E é justamente este o ponto: ninguém, racionalmente falando, quer ter esse tipo de pessoa para ser amado. A questão que estou falando é que amamos alguém também pela qualidade do amor que a pessoa pode nos oferecer e, em contrapartida, a gente aceitar. Vai ter caso de homem que vai me amar, sei lá, desde a infância. E vou recusar o amor ofertado, mesmo sabendo que é verdadeiro o sentimento ou o maior que ela possa ter, porque aquele amor, daquele sujeito, não me serve para correspondê-lo, amá-lo. E eu sei muito bem o que quero. Posso não saber o padrão de amor que surgirá num relacionamento, visto que é uma construção/manutenção contínua de ambas as partes; mas, se for para estar em um relacionamento, que o seja no padrão que me possibilite amar e ser amada. Essa é minha definição de plenitude e não vou querer menos que isso. ^^

Moral da história: E ao ver que o impossível é possível, o objetivo desistiu da subjetiva. Estava para além de suas possibilidades.

E já que não tenho compromisso nenhum com a Literatura, apenas sou fiel ao meu papel de fazer arte, rsrs, vou deixar, como créditos finais, uma linda musiquinha! Que esse poema torto, tecido em diálogos com linhas e entrelinhas, possa ser inspirador para você, leitor/a, escrever uma linda história sem palavras.



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quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Riqueza gratuita


O penúltimo ex disse que tinha um conselho para me dar: "seja egoísta!". E outros e outras, lá na frente, lá para trás, se repetiram nesse display monótono com a mesma filosofia. Até então, eu ainda não tinha gravado aquela música babaca: "seja egoísta!". De tanto martelar isso na minha mente, quebraram-se as estrelas cristais que cristalizei no meu sorriso.

Cara, não sei qual é a dificuldade de alguns em serem amados gratuitamente. Como se uma roseira ao receber luz se sentisse obrigada a pagar a conta de energia para o Sol e, assim, a planta cobrar do vento o perfurme dela no ar. Sinceramente, que merda...

Sim, mandei à merda todos os cobradores de egoísmo, porque é necessário fertilizar os terrenos áridos de bom afeto. E, assim, continuei dando espaço para mim. Você. Nós. Nos. Amar.

Os céus sorriram em um lindo beijo e a terra se fez úmida para tudo o que é bom. Viver.

29/11/2017
18:02


Foto: Marielle Alves (eu também... rs)

O meu verso favorito é o



uni-verso

(Inventei agora.)

P.S.: E, no programa de edição, posso reinventar várias e várias vezes, inclusive, o re-verso.

multi-verso

30/11/2017
15:15


Fotografia: Thomas Leth-Olsen, intitulada "x" (Dá para ver... rs)

domingo, 10 de setembro de 2017

O preço



Qual é o preço do seu amor?
Sem me falir, fale logo.
Qual é o preço do seu amor?

Qual é o preço do seu amor?
Sem reservas, fale o jogo.
Qual é o preço do seu amor?

Os garotos compram carros
para impressionar garotas.
Enquanto elas compram peitos
para impressionar garotos.

Vou te contar uma coisa
de que ninguém é vítima.
Pra essas coisas tão vazias,
eu não dou a mínima.

Qual é o preço do seu amor?
Sem me falir, fale logo.
Qual é o preço do seu amor?

Qual é o preço do seu amor?
Sem reservas, fale o jogo.
Qual é o preço do seu amor?

Relações líquidas eles
brindam a todo instante.
Pega, troca todo mês.
Por que você é diferente?

Quero saber mais e mais,
me conte quem é você.
Perceber a luz que traz
todo o valor em seu ser.

Todo o valor em seu amor.
(...)
Todo o valor em seu amor.
(...)
Todo o valor.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Professional Griefers II (Um texto sangrento para tantos patos e seus tofus de sangue)


Sugestão de música: deadmau5 ft. Gerard Way - Professional Griefers
https://www.youtube.com/watch?v=Hr2Bc5qMhE4 

Luz, câmera e visibilidade para indivíduos invisíveis nas massas esperando pela fama para emoção das multidões. Perverso e mórbido como um cigarro na boca de um modelo sexy, a vitória anunciada por todos e para todos desejarem é um clichê previsível.

“Eu gosto do som das peças destruídas.
Eu gosto das luzes que apontam para onde ela senta. 
Nós temos máquinas, mas as crianças têm Jesus."

Objetos... Subjetividades... Objetificados... Objetivos...

“Deus não pode ouvi-lo, eles lutarão contra você.
Assista-os construir um amigo como você.
Ressaca matutina, X, Y, Z."

Acredito que milhares se matam para ter a beleza de corpos com Photoshop, numa vida zero açúcar com injeções estéticas, proteínas sintéticas, puxar peso, açougue, inserção de derivados do petróleo, costuras no corpo com linhas de última geração provenientes da lã de ovelhas, ser malhado em rede...

"Nós gostamos de dançar, mas a morte vem mais rápido.
Aumente a batida e um explosivo código de barras.
Nós queremos o dinheiro ou os remédios que você procura."

Acredito que milhares se matam para ter milhões na conta em guerras e mercados revolucionários para manter milhares de outros seres humanos conformados numa prisão miserável desejável porque é melhor se comparado com outros ainda mais miseráveis...

“Aumente o controle para o mestre da mixtape.
Autocorreção, dissecação em massa.
Fanboys de Xbox em detenção."

Acredito que milhares se matam para ter a salvação prometida pela Santa Igreja Católica & Cia, legítimas instituições para neuroses, esquizofrenias, paranoias e infernos em vida para todos, incluídos e excluídos, para assim o abuso de psicopatas santificados por uma cartilha literária escrita somente por homens possam submeter os fiéis numa crença sadomasoquista como forma do mais puro amor.

“Autoinfração, destruição em massa.
Programado para a função final.
Rei dos Ratos de Laboratório, equipe de resgate.
Salve-me da próxima vida..."

Diante a tantos cenários estatísticos, é com uma estaca no peito que acredito, de forma estática, no inacreditável.

“Dê-me o som para ver...
Outro mundo lá fora que está cheio de
todas as coisas destruídas que eu fiz."

É impossível gente como eu simplesmente vencer na vida. Porque, se a vitória é esgotar todo o tempo no planeta para escalar com o máximo de sucesso programado nas fases consumíveis de um jogo individual que desmonte o competidor até zerá-lo, desejo a derrota com toda paixão e intensidade de espírito.

“Dê-me apenas uma vida para implorar...
Outro mundo lá fora que está cheio de
todas as coisas terríveis que eu fiz."

Mas com dinheiro, tudo se compra... E quando você chegar aos ideais de perfeição inventados antes do seu nascimento: BOA SORTE.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Vontades despidas e sonhos brancos


Bom para ler ouvindo: Shakira - Pies Descalzos, Sueños Blancos

Eu queria responder que meu motivo para consultar o psicólogo é a ansiedade de se aproximar dos 30 anos. Ele comentava sensibilizado que boa parte das pacientes mulheres atendidas, ultimamente, estão sofrendo por antecipação a crise dos 30. “Elas colocam em si mesmas prazos de validade para atender expectativas externas e, assim, se considerarem felizes e com sucesso. E a desconstrução disso passa por orientações de que a vida é significativa independentemente do estado civil.”

Sabido pelo senso comum, o clichê social é esse mesmo cantado pela colombiana Shakira, 40 anos, que tem dois filhos com o jogador espanhol Gerard Piqué, 30 anos, marido, sim, e sem casamento: “Las mujeres se casan siempre antes de treinta”. Tá, dependendo do desespero da guria, basta o “relacionamento sério” no Facebook com o primeiro que aparecer; arriscar esperanças perdidas com adeptos do poliamor: “vai que ele muda de ideia comigo, amiga”; perder o amor próprio para receber migalhas de afeto ou outra coisa do tipo. Aí, para que o objetivo estipulado seja realizado no altar, a possibilidade de muitas submissões serem cometidas é alta, ouviremos várias atrocidades “recomendáveis” para ganhar um título de Dona, a esposa.

Minha tia evangélica que o diga. “Mari, que maquiagem de biscate, nenhum homem de família vai querer se envolver contigo!” “Sangue de Jesus tem poder, não é mais virgem!” “A mulher sábia edifica o lar, respeite a autoridade do seu blá blá blá...” Então, com aquela catequização, bate forte uma onda cristã no meu coração. Ih, rimou... Continuando, rs, olho com misericórdia para aquela mulher de fé, lembro de uns dois possíveis noivados caso eu aceitasse as condenações, digo, os pedidos, e o amor guardado a sete chaves por minha tia para seu futuro marido que nunca chegou.

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Ele disse

“Para esconder a mim mesmo e à minha riqueza – (...) 
Essa era a mentira da minha compaixão: (...) aprendi a engolir palavras.” 
Friedrich Nietzsche – Assim Falou Zaratustra, p. 183


“A linguagem é expressão do pensamento. Letras são roupas que revestem nossas ideias e são vistas quando vocalizamos ou escrevemos, como faço agora. Não existe exército mais forte que as nossas 26 letras. Quem acredita na imortalidade da alma, seja ela dentro do conhecimento ou da poesia que há em nós, pondera muito nos atos e nas... Palavras. Não se perdem. Mesmo a menor vírgula. O que fazemos ecoa para o sempre. Quem tem esta sensibilidade, sente este saber e o poder que vibra em cada partícula que forma a mensagem. Toda palavra que emitimos tem valor e importância. Aquele que carrega em si as tempestades deve ter a responsabilidade sobre seus raios. Para além de iluminar a escuridão, a luz também queima para o bem ou para o mal. Toda palavra que emitimos é o som do que somos.”

Eu não podendo dizer nada, apenas lia o livro “Autoficção de sete reais”. O silêncio de quem carrega tantas profundezas indizíveis, centenas de camadas de transparências reunidas que torna turva a visão impossível do fundo da superfície das águas que me constituem depois do encontro de dois rios, umas duas vidas passadas antes da civilização ocidental, segundo uma mística graduada numa escola que nunca iniciei, e para o espanto dela e de qualquer um, uma vida durante o Renascimento. Fora as vidas passadas, que devido a capa juvenil e bonita ninguém consegue imaginar mesmo que eu contasse todas as fábulas do mundo, dentro da minha própria vida atual. Por bondade, a luz não se manifesta para não cegar o coração. 





 

terça-feira, 11 de julho de 2017

Florescência




As flores têm apenas uma escolha de ser. Flor. Não ser é não flor. A consciência exalada é o próprio existir. Sol, terra, água e gás carbônico - 4 elementos necessários para florescer o que for, quando flor. Uma simples forma que desperta o olhar da humanidade. Nossa necessidade em acordar para o essencial. O passado e o futuro são apenas nutrientes para nosso presente. Mas, que nem semente, a certeza convicta nos prende a uma fechada realidade. É preciso força interior para brotar o nosso propósito. Insistir, persistir, resistir até conseguir libertar a potência original dentro de si no tempo finito que temos para existir. O gosto está em quebrar as cascas, flor em ser. Entre a ilusão do "assim seria", escolho a janela do "assim seja".


*Flores no deserto mais árido do mundo, o Atacama. O fenômeno 'deserto de florescência' acontece em cada cinco/sete anos. Mas no ano de 2015, surpreendentemente, ocorreu 2 vezes. Registro inédito na história do Chile.

Jogando muitas emoções em mim


Bom para ler ouvindo:


Mulher pede para outra mulher compactuar com um plano.
Plano: excluir uma terceira de viagem de luluzinhas.
Mulher não compactua, MAS expõe no grupo do zap todo o maquiavélico planejamento.
Autora do plano surta em xingamentos e acusações, irmã da autora se solidariza.
Mulher que não compactua vaza do grupo por decisão própria.
Autora do plano xinga no particular:
"Sua traidora! Personalidade ruim!"
Mulher que não compactua, um dia depois, finaliza:
"Seja responsável por suas escolhas, por suas ações e por sua própria felicidade. Não coloque tudo isso somente no ombro de terceiros."
Autora do plano liga imediatamente para irmã e chora.
Irmã solidariza-se novamente e diz no particular para a outra:
"Sua malvada!"
Mulher que não compactua exclui do Face quem lhe traiu o valor da amizade.


Ponto final.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

7 de setembro - Faltam 23 dias para o fim do mês


Nesta miséria de feriado que nada se tem a comemorar, isto é, uma história deplorável de troca de sujeição submissa do povo brasileiro a um imperador português para outro imperador português, declarei a independência do amor que sinto.

"Te amo, Amor. Te disse isso também no Whats. E, agora, não preciso mais de meras palavras apenas, repetidas por escrito em resposta a uma declaração em pleno feriado. Te amo sem recíprocas. Te amo sem necessidade. Sem tudo e com nada. Sem nada e com tudo. É triste e alegre. É a vida."

Morri sem saber que a guerra, desde o início, estava perdida para o meu lado. Isto é “O Fim”. E, no fim, sempre luto. Nós sempre lutamos. Só para o coração não ficar anêmico e pálido mesmo.

Corte o mal se te faz feliz sem olhar para o espelho


Amor disse uma vez que "Verdade é que nem poesia: e ninguém gosta de poesia".

- Besta, não acredito que você está reproduzindo essa pérola a partir da fala de um filme que você viu na adolescência!

E ríamos também da coincidência do destino profissional que escolhi para mim. A verdade é questão de perspectiva. Análise crítica. A poesia é questão de sensibilidade. Criação de Arte. Se for belo e bom dependerá da autêntica consciência individual-coletiva. Transcendência.

Olhei para o espelho. Imaginei a gente. Aff, que caras de bobas alegres. Minha e sua. Lógico. Uma foto feliz. Presente. Vida. Real. Mas a superfície do espelho não me permite imaginação. Estou diante da minha reflexão e somente minha imagem agora te faz mal, me contaram. Um Mar Vermelho como ironia amarga justo a quem mais procurei ser pudim. Sozinha numa tarefa hercúlea de felicidade que não dependia só de mim.

Esta é a verdade. Nesse lado angélico da força, por livre e própria vontade, caí fora. É de cortar o coração, mas de intenções de amor, o inferno está cheio. No paraíso criado pelos homens, os escolhidos são poucos e o predileto é apenas um. Um privilegiado que não percebe a posição de privilégio, justificando-se ainda que se trata de amor meritocrático.

Por isso, o merecido amor é só para quem nos conquista. E para quem luta e não conquista, a derrota frustrante. Todos merecem ser amados, mas alguns conquistam, outros não. Para tristeza de quem mais amo... Por isso, caí fora. Gostando ou não, essa é a poesia em estado mais puro de verdade.

A duras penas, apenas sinta se puder olhar para si mesmo. O essencial.

Bilhete de um pedinte no Terminal Isidória

“A felicidade não exclui o sofrimento, porque ele é inevitável. Mas a forma como enfrentamos o sofrimento pode fazer toda a diferença para uma vida mais significativa e feliz.”

Queria ajudar aquele rapaz, queria tirar foto daquela mensagem. Ao perceber o que cativou no meus olhos, ele disse sorrindo:

- Pode ficar com o papel, moça.
 
Até hoje guardo o que pedi no pequeno espaço reservado para celular na bolsa vermelha usada que ganhei da minha tia.

Alguma coisa


Testando... Então, espero que estas borboletas fiquem gravadas a cada voo violeta. Que minha voz seja melhor que a escrita fonética dos meus pensamentos. É difícil competir, agora, com a Aurora cantando “I went too far”, no Spotify. Mas uma hora a música acaba e se torna silêncio...

E o silêncio está tão branco na minha mente que tenho que aproveitar o momento e continuar a quebrar todas as lembranças cinzas. Como forma de respeito, vou jogar nossas cinzas na terra úmida. Quem sabe adube alguma flor do campo ou capim para os cavalos...

Era isso que eu temia, um monte de medos desenfreados, correndo sem parar e para algum lugar que não sei onde. Impeço com o corpo, dando um beliscão no braço, que tudo isso chegue em sua casa...

O meu papel foi executado. Talvez, por isso, a dificuldade de escrever. Só me resta inventar novos movimentos para outra dança e seguir o ritmo das batidas do meu coração...

Até que é bom o sabor quente de esperança na boca. Alguma coisa mudou. O sonho ganhou asas.

Música para cego ver

Ei, anjo, para que salve a si mesmo e o fígado afogado nas ressacas, para que plante alguma felicidade frutífera, deixei algumas “Notas mudas de amor amargo” em cima da sua mesa do escritório.

Notas mudas de amor amargo

Que fique rouco com sua frieza calculada, que estoure as cordas vocais depois de gritar por dias e dias o quanto me odeia em silêncio, que engula todos os corpos abatidos com gemidos furiosos e que depois, já cansado demais de lutar contra si mesmo, assovie de forma bem serena, confessando baixinho, em segredo, que é para ninguém ouvir o ruído do seu remorso, o insuportável peso de se carregar sozinho a beleza que, apesar das inúmeras tentativas para assassinar, insiste em existir na alma. Porque, para você, já toquei o “foda-se”.

De improviso, risos.

Sensível ao toque


Em vez de mudar a si mesmo, quebrou o espelho. Nunca mais teve que refletir a própria imagem. Sua superfície para sempre visível e intransponível.

Felicidade gratuita


Para alcançar um sonho, mais de um preço será pago. Esteja certo disso. Com ou sem êxito. E a felicidade, mesmo assim, pode ficar lhe devendo. Até porque como se calcula o imensurável? Felicidade não tem preço... Seu sorriso me lembra isso.

Para sempre na Friendzone

- Não curti seu cabelo curto. Prefiro você com cabelo longo. Era ainda mais linda.
- Foda-se. Quem tem que gostar do meu cabelo sou eu, não você.
- kkkkkkkkkk Já esperava por uma resposta assim.

Apenas engula seus remédios matinais

Eu sei que poderia ter muito mais desta vida. Mais isso, mais aquilo. Ouço isso diariamente. Mas não vou fazer como sua mãe e não ser a bela verdade que habita em meu ser, por mais insana que possa parecer. Ou seja, não vou me matar, ainda mais por excessos.

Corte Retrô


24 de maio. Feriado em Goiânia. Expediente em Aparecida de Goiânia. Aproveitando a folga católica, digo, a comemoração do dia de Nossa Senhora Auxiliadora, fui oferecer quatro dedos de cabelos ao chão (a Oxum? [shuashuashuas] - Mas deixando a brincadeira do trocadalho à parte, se a divindade quiser trabalhar a meu favor também: maravilha! rs).

Cortado os cabelos no salão, toda feliz com a leveza e novo design dos fios, uma senhora bem senhora que estava pintando os cabelos enormes ao lado, não resistiu, e com olhos e lábios sorridentes me disse: "Que linda, minha filha! Parece até atriz de novela!".

Nossa!, fiquei feliz com o elogio daquela mulher que conhecia, de relance, pela primeira vez. E ela complementou as graças espontâneas: "Sabe aquela novela de época da Record? Tem uma mocinha..." Eu sorria para a mulher, mas não conseguia ouvir mais nada. "Novela de época da Record": e me passava pela mente um monte de narrativas bíblicas. Era só isso que conseguia imaginar.

27 de maio. Ontem, sábado. Já embalada pelo almoço de aniversário do meu irmão, toda serelepe e feliz para variar, aceitei o convite para festar com ele e a galera dele. Pecuária... Sertanejo... Onde estava com a cabeça, oh, céus? Levemente meio alta, no mínimo.

Já na maior feira de agronegócios do Estado de Goiás, caminhando numa rua especialmente fechada para chegar ao evento, lotada de gente para todos os lados, carros estacionados pelo meio, prestes a ouvir uma dupla que não sabia nenhuma música, uns tais de Henrique e Juliano, veio a primeira cantada da noite: "Oieeee, Dalila! Vem cortar minhas energias. Prazer, Sansão!".

A capacidade para a tosquice, de fato, não pode ser subestimada. Tentei ignorar, porém, virei o rosto já mentalizando para o canalha um "Vade retro, satanás!". E o rapaz, na hora, começou a rir da própria infelicidade. Se o terceiro comentário com referência à cultura cristã aparecer, Jesus, vou ter que tomar banho de sal grosso.

Depoimento público

Ser muito mais que um objeto sexual atraente, passivo, submisso, dependente, frágil, que, numa performance de poder e dominação, se silencia e/ou é silenciado para não entrar em confronto com a voz masculina. Essa é a luta diária de milhares de mulheres para realizarem sua própria representação no mundo enquanto sujeitos, protagonistas e narradoras da sua própria história. Verdadeiras amazonas.

Só depois de muito tempo descobri a história da minha verdadeira origem. Uma vibração oscilante entre o azul e o vermelho em pleno violeta. Não nasci doente, mas a mente foi corrompida pelo estresse psicológico e emocional dessa época convencionada como pós-moderna. Tinha 17 anos, iria prestar vestibular pela primeira vez. Apesar da fama de nerd, sempre que anunciava na rádio uma rave, eu ia como válvula de escape. O que funcionava muito bem.

Minha casa, minha luta... E não era culpa do meu pai, pelo contrário, era minha mãe desequilibrada, ansiosa, perfeccionista, falsa moralista... Eu nem imaginava que meu pai tinha que suportar tanta coisa, não mais pela vida conjugal, mas para o bem dos filhos, para nossa formação psicológica, emocional e material, já que ele bancava tudo sozinho. Mas eu, na época, por achar que minha mãe estava em desvantagem, por ela sempre me pedir defesa, atacava meu próprio pai... Complicado. Só que ainda o ponto de virada não estava aí.

Minha mãe me revelou que meu pai não era meu pai biológico aos 17 anos também. Não, não é ainda esse ponto que surto. rs Em julho de 2007, eu absorvi muitas coisas ruins e desnecessárias ao viajar para a casa da minha vó. Tia injuriando minha mãe, outra parente roubando tudo de outra parente para comprar cerveja, eu tinha que ler no banheiro se quisesse algum espaço, fora o caos aéreo ao retornarmos para casa.

Aí, mamãe deu o bote: aproveitando que eu estava em Brasília não muito bem psicologicamente, me fez ver logo quem eu não queria naquele momento, o pai biológico. Ela fez isso, dizendo ela, para mostrar-me mal para ele e provocar o sentimento de culpa que nunca apareceu por tê-la largado grávida. Mas ela não revela que ao estar grávida, o chefe dela, que estava em divórcio, assumiu a paternidade de outro para si. Não contou que eu estava mal pela péssima viagem na casa da minha vó. Não contou que ela até hoje sofre por esta frustração de amor. Não era por mim, ela fez isso pelo reencontro com aquele que a abandonou. Foi demais para mim.

Algo quente subiu dos meus pés até o topo da cabeça. Dizendo o mestre yoga da minha mãe isso foi a kundalini, que traz sérias consequências a quem desperta de forma leiga. Meu pai do coração, místico, entendeu como um desarranjo de chacras, já que minha vibração de aura ficou suja com aquele estranho vermelho. O plantonista disse que era escarlatina. O primeiro psiquiatra deu o diagnóstico de boderline. Mas o segundo e o terceiro de bipolar. O diagnóstico de bipolar venceu. rs

Mesmo com obstáculos difíceis nesta autoconstrução enquanto indivíduo, meu pai foi o maior herói. Um exemplo de que homens podem ser, sim, fortes aliados para o empoderamento feminino. Sua aceitação a quem eu sou, mesmo fugindo de muitas convenções de gênero desde pequena. O estímulo ao meu desenvolvimento intelectual, expressivo, artístico, de autoestima, humano. Seu amor incondicional.

Quem me conhece nem imagina que já tive esse diagnóstico, e quem sabe nunca me enxergou assim. Vai ver por causa da constante estabilidade conseguida com muito exercício de flexibilidade. Vai ver porque o psiquiatra disse que minha mente está "compensada", ou seja, com a neuroquímica em dias mesmo há mais de cinco anos sem nenhum remédio.

Fui tantas e tantas vezes além dos limites psicológicos, suportei muita coisa insuportável, que constitui quem eu sou a superação da dor dilacerante do meu antigo eu, a sensibilidade de amar sem atacar e muito menos defender. Se isso é força, não sei. Abracei a intensidade e nova vibração do meu espírito, meu escudo e minha espada. E com o profundo amor ofertado e recebido: vim, vi, venci.