sábado, 2 de dezembro de 2017

Semiótica p(r)o(f)ética

Gosto de você. Como te disso uma vez, num começo de inverno no Hemisfério Sul, num tempo em que se espera o frio, mas o Sol é ainda mais forte porque é apenas um inverno para facilitar os cálculos climatológicos, um gostar que transborda o de simples amizade. Ao nível de amor, meu gostar nunca chegou a este limiar. Você foi forte e corajoso de suportar minhas cores que não existem, normalmente, neste mundo, já que as invento em outro plano pouco acessível a seres tão ligados ao material. E pelas suas mãos, minha roupa continuou em branco. E agora compreendo toda minha timidez original, um pecado para todos que me amam. Como um anjo num inferninho, eu apenas não desejava a tentação encarnada, docemente, em você. E se minha real natureza se expressasse com mais força, aquela que feito gelo corta o fogo de qualquer espécie e gênero, seríamos como azeite e água. Por isso, o silêncio oculto dos corpos, ruidosamente, se manteve em minha casa. Você não atraia minha queda, por isso, a falta de paixão. Mas traí a mim mesma quando deixei ser beijada por você, com uma definição de sabor que você sabe explicar melhor que eu. A chama violeta em mim apareceu, o sinal cármico para o chamado, novamente, de uma missão, o de transformar água em vinho para a missa. Mas de novo, não tem nem um mês, por que outro rapaz de mesmos olhos verdes? Até confundiu a besta da minha amiga... Odeio sincronicidades, mas se o sino toca de novo e de novo é para chamar a atenção de que, logo mais, começa a revelação. Você degustou as “33 metáforas abertas simultaneamente” que lhe profetizei? Ou ainda nada faz sentido? Terminamos o que não começamos. Começamos o que não terminamos. Enquanto não acharmos merecedores do paraíso, estaremos assim como estamos. Aceite, não temos salvação. Céus, esta que é a graça.

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