quinta-feira, 15 de agosto de 2013

re-cor-tes

Eu não importo com os demônios que querem transferir para mim. Um cristão que não exorciza suas próprias trevas deveria retornar para o inferno antes de tirar a trave do irmão. Com um vermelho vibrando por renascimento, as cascas da minha aura azul foram totalmente rompidas. Sou escarlate. 

Com toda a dor do mundo que daria para sentir o sangue em respingos de batida. Criador, por consequência de seu sêmen, você me renegou quando nasci. Então, por minha causa, renego você. Meu pai, te amarei para sempre. E vamos reprogramar esse jogo dos deuses.

"Então eu coloco minha fé em algo desconhecido. Estou vivendo à base de sussurros doces e vazios. Mas estou cansada de esperar sem nada para me apegar. Estou vivendo à base de sussurros doces e vazios."

"Deitada em minha cama novamente e eu choro porque você não está aqui. Chorando em minha mente novamente e eu sei que não está claro."

"Nas profundezas do meu sono, meus olhos tremem quando fechados. O deus dos sonhos sorri elegantemente e questiona a morte, enquanto as cadeias da causalidade controlando o espaço e tempo começam a se emaranhar. É um programa de fantasia dado pelos deuses."

"A vida é um jogo, que é uma sobrevivência, isso mesmo! Como começar? Tempo e Espaço, e uma encruzilhada através de um portão! Aonde você vai? Comece! Vamos marcar para trás todas as dores e vamos nascer novamente. Eu quero ver as estrelas com você sem um milagre. Isso não é um beco sem saída."

Treino o excesso de transparência que há em mim para não aparecer aos outros já que não é fácil para eles suportarem meus pensamentos expressos nas palavras. Tornando-me cada vez mais opaca com tantas camadas de verdades reunidas pelo cultivo solitário no solo da profundidade para não machucar quem toca os espinhos que dão acesso às pétalas. Guardamos paraísos por incapacidade daqueles de adentrar-se em nossos templos sagrados. O que seria um inferno para quem não tem a força de suportar nem a própria verdade. Imagine a alheia... Cortar certas ervas daninhas e colher flores para aumentar a reserva de gentileza.   







quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Neurolinguística



Mamãe. Primeira palavra que falei. Pai. Fatídico 13 de julho. Desaprendi da língua. Eu te amo. Nunca consegui pronunciar.

Eu Não Sei Dizer Te Amo by Frejat on Grooveshark

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Por hora



Por favor. Por hora. 1 dose de Ypióca. É. Preocupa não. Seu moço. Depois peço mais. Engolir forçosamente essas verdades cinicamente parentais tá fácil não. Hoje sou ressaca. Ressaqueada. Vomitada no sanatório. Sanitário logo ali. O tsunami na ponta da língua. Por algum lado a merda nas minhas entranhas tem que sair. Né. Oralmente. Saca. Se eu falo... Oralmente vou cortar essa de psicólogo. Tá muito caro. Ah. Mais outra dose. Por favor.
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Uma música para finalizar por agora? Saideira - Pitty.

http://www.youtube.com/watch?v=XYjJwscAy2Q


Esperando orvalho



Aceitei o valor mais alto
Acertei a altitude mais elevada
Aquele leilão não era para ser feito
Muita gente na levada

Um preço alto se pagou
Anjos com asas cortadas
Tudo acabou em pranto
Eram chuvas e geadas

A máscara ainda paira em meu rosto
Eram chuvas e geadas
O que mantinha-se um tanto torto
Continuava a farsa de uma face

Não poderia mais aceitar
o valor mais alto
na altitude mais elevada
e ver ambas e ambos
com as asas cortadas 

Um pranto
que não era chuva
Era só geada
esperando orvalho.





domingo, 11 de agosto de 2013

-me-quer


Bem-me-quer. Mal-me-quer. Nem-me-quer. Bem-me-quer. E nessas pétalas tiradas por falta de buquê, cortei os fios de cabelo que bem queriam qualquer afeto que só os amantes poderiam entender. Bem entrelaçados um ao outro entre seus dedos carinhosos. Cabelos negros como a noite e iluminados como o Sol do meio-dia. Agora desfiados por meia-verdades. Queria uma mata virgem. Agora as meias-verdades viraram verdades de meias trocadas. Eu tenho medo do que me tornei porque você apenas -me-quer. Nada mais que um -me-quer. Eu, um objeto de diversão? Tenha medo do que me tornei por você apenas me querer.


sábado, 10 de agosto de 2013

Cada pessoa que viveu em minha vida...



Uma ferida. É o que sou. Sangro pessoas do jeito que são. Distância. Entre o aceitar. O abandonar. Impassível de transformação. Calo-me. Calo que me dói. Você. Ruído orgulhoso. Fechado em concha. Sem discussão. Abro-me em martelo até sua gema virar joia. Cristalizada. Antes que você perceba. Destruiu quem lhe desenhou com amor. Indiferença. É o que se pode esperar de uma pedra. Sem valor. Para lágrimas que nunca existirão. Deixam-se as matérias brutas a um deusdará. Suas ideias de nobres diamantes. Utopias de grafites. Sua procura por caras joias. Caros objetos de valor. Antes decidi minha forma no mundo. Quebrei esse ciclo do Carbono. É essa. Cara humana. Cara humanidade. Feição. Desconstruída. Face que se constrói por cada pessoa que viveu em minha vida deixar sua marca em mim.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Revisando a própria vida



Minha vida de trás para frente. Câmera lenta está quebrada. Ritmo normal. Estou refletindo. Estes reflexos me cegam a boca. Não tenho muito o que comentar. Perdi o que mais amava sem nem me despedir dignamente como filha. E agora, Marielle? Interrogaria uma espécie de Drummond dentro de mim. O quê fazer? Preciso desconectar estas batidas para seguir em frente. Estas batidas que me lembram da sua última respiração que não pude sequer fazer nada por inspirar ouvintes em ondas de rádio... A verdade da minha vida está daqui para frente. Batidas que restarão o que realmente sou. E não quero repetir as mesmas frequências de mar de outrora. O que realmente importa são as ondas que pulsam em Amor...Luz...Amor...Verdade...Luz...Vida. Vida. Vida. Dê-me um beijo para recomeçar.


Cartas inefáveis






cartas nunca escritas
por falta de tradução do que pulso
por faltar traduzir o que nunca significaria em palavras 
palavras prendem-me como forma de significância
os silêncios ultrapassam 
Eu silente
leria silêncios
leria cartas de um fantasma aprisionado 
em pensamentos passados a limpo 
em vinho branco adormecido por mais de décadas atrás 
a qualidade ébria faz adocicar a vida em sonho bom





quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Vibrante



O susto iniciou o perecimento da própria morte.

Assombro com versos. Assombro com diversas diversidades do ser reverso.
Arrisco neste existir pela eternidade impalpável até como meu próprio rosto nesta foto.
Buscando algo que nem sei o que é
mas posso jurar que já está inscrito em mim.
As vidas são como maçãs.
Almas que buscam neste turbilhão de incessantes despertares 
o amor na essência de um lar escarlate.
Susto vibrante. Vibrante. Vida. Vibrante.