quinta-feira, 24 de março de 2011

Neta da noite


Não ouça, se quiser. Finja que isso é poesia, apenas loucura da mente humana. Não leia. Não fale. Finja. A minha história é mais ou menos assim:



Minha mãe, pouco sei dela. Eu era cega. Não a conheci com todas as cores que hoje a cura me permite. Meu pai, um estuprador, comeu aquela pobre luz, deixou-a no escuro. E eu não. Tive um avô sonetista que me ninava: Mamãe foi para a roça. Papai foi passear... Com 18 anos descobri a verdade sobre seus olhos maternais de Lua. Fases. Todas escondidas porque o Sol é apenas eclipse. Carrego sua estrela de Salomão no meu coração dourado. Meu avô foi AVE que tirou minha cruz. Planto rosas, mas as lembranças de EVA que não são minhas ainda me espinham... Deus, fé em Deus. Porque me vinguei. Vinho corre e escorre das veias do assassino de infâncias perdidas. Eu agradeço em paz de espírito pelo crime pago e apagado. Face feminina do Pai. Shechinah. Você contou todos os seus segredos agora. Que outro Jeová melhor lhe acompanhe. Voe e vá. Foi o que orei.

Um comentário:

  1. Meus parabens pelo otimo trabalho, fico impressionado com cada obra de arte em palavras feitas por te. A profundidade de um ser, a pessoa dentro de te, este um trabalho profundo e revelador, um sentimento que somente quem escreveu pode revelar, pois eu "nos" humildes leitores só podemos admirar.

    Meus Parabens
    Minha Bela e Amada Namorada
    Amo-te Muito
    Bjao

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