quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Estilingada no Instingato

Achou que bastava encarar
(olhos estranhos e coloridos)
que a sereia estaria pescada
e não fazer mais nada?

Tweet, tweet.
Rizomaticamente
Verdade seja dita
e a rede rasgada:
Essa isca só fisga
cabeças de pomba,
bicos predadores.
Caem matando todos, qualquer um
Basta ter um elemento X ou Y.
Um passarinho violeta quem tuitou.

Narciso, encare os estilhaços do espelho
que quebrei da tela de seu celular.
Sem mais selfie, com puta dor
Seja sincero na reflexão
Olhando para o pó brilhante
que iremos nos tornar um dia
o que você viu em mim
para se tocar e cair em si mesmo?

Foi o toque musical da minha pele?
O design ergonômico do meu corpo?
Cor da capa? Memória de alto desempenho?
Nesse foi, eu já fui.

Não, não foi assim.
Se fosse não seríamos
tão assim, sabe, a sério.
Ou quase.

Tanto tempo ficamos.
Espírito santo
no gozo, no gosto de
liberdade
expansividade
para ser mais que os limites
oxigenados no carbono.

Lá fora, lá no exterior
é que é melhor.
Papagaios propagandeiam.
Enquanto no interior,
(na)moramos um no outro.

Tanto tempo acertado
para quando instigado
perder o prazo
vencer a validade
de ser instigante.

A paixão é fogo!
Queima se bem alimentado.
Quem banca o desinteressado
torna-se obsolescência programada.

O barquinho vai,
a tardinha cai.
Depois de tanto ai, ai, ai
que cantei, cantei
consertado ficou. Uou!
O barquinho vai,
porque para mim não dá mais.
Bye, bye.

O que ainda anda esperando?
Voe, voe. Evoé!

A pedra acertou o gato
parado de preguiçoso na escada.
Gambiarra mequetrefe, hein, cupido!


*Imagem por: Irene Sheri - Autumn Wind


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