domingo, 4 de fevereiro de 2018

1, 2, 3: filhote de Mirisola em ação! Estourando popcorn, o meu destino é ser popstar


– Cara, você é muito sem noção! Fica escrevendo essas coisas aí... Todo mundo te lê e vai saber quem é quem na vida real. É claro que o Ricardo leu seu conto “Fogo para seu cigarro” e sabe que aquilo ali foi o que você passou com a M*.

Foi aí que percebi o nível de sucesso da minha Literatura de autoficção: todo mundo me lê. Não só isso: todos os personagens que escrevo vão saborear o hall da fama, porque, lógico, todo mundo me lê. E, aí, por eu ser uma exímia leitora com poderes de irradiação ultravioleta, conseguidos pela abertura do sétimo chakra, que fica acima do terceiro olho, consegui enxergar a verdade para além da luz visível, numa escuridão que deixaria um cego ainda mais cego.

Não era por pena ou compaixão da imagem ou dos sentimentos de M* que a aniversariante que eu visitava ontem estava tentando defender. Se fosse, não teria feito barraco numa boate do Setor Sul bem viagem, em agosto de Deus, ano passado, por eu afirmar que “sou amiga-amiga mesmo” do amado enrolado por 9 meses de M*, desrespeitando e ignorando de tal forma os sentimentos da minha amiga do passado a ponto de gritar com todas as palavras para eu e o Ricardo ouvir: “Se eu quiser beijá-lo, eu beijo!!!”. Como canta uma referência do pop nacional: "Eeeeeei, Goiânia!".

Ela riu, debochadamente, pior que qualquer bruxa que eu tinha assistido no cinema ou na sessão da tarde. E olha que adoro histórias pagãs, mesmo odiado ter lido os 5 livros do Harry Potter na adolescência por culpa da persuasão de uma amiga de nome exótico da Rosacruz, que me ensinou a manipular energia espiritual nas mãos após ela ter visto um episódio de Dragon Ball Z, em que Gohan ensina a namorada dele, Videl, a concentrar e controlar o Ki.

Com a Hamayara também aprendi a escolher a leitura de um livro na biblioteca Rosacruz, fechando os olhos, a partir da energia áurica emitida pela obra, pois a minha mão iria ficar onde caminha minha sintonia junto à trilha do acaso do cosmos. Hábito que exercito, como diria a ex-presidanta Dilma, “diuturna e noturnamente”, e fez chegar onde cheguei. “Todo mundo me lê”. Talvez, se não fossem alguns erros de gramática propositais aprendidos ao ouvir a Voz do Brasil, eu já seria uma escritora de Literatura universal.

Voltando ao inferninho, após as gargalhadas do mal, a bruxaria chegou ao ápice quando a aniversariante passou baba para o magrelo loiro, o Ricardo, quase que no mesmo instante em que riu; já que, antes, tinha iludido uma novinha no banheiro que era a primeira vez que beijava mulheres. A loirinha, limpando os lábios, contou-me isso com os olhos brilhando de tanto respeito, honra e prazer que fiquei horrorizada com a mentira que ela acreditou para ser seduzida por uma fake do que os “outros vão pensar de mim”. Doença que é meme viral nas redes sociais.

Como nunca precisei mesmo de ser cúmplice de crime afetivo de ninguém, pois não fui paga para isso, desfiz o encanto e a lésbica me agradeceu, xingando muito a quase trintona. Falou que de gente covarde para saciar os desejos e interesses sexuais dela quer, no mínimo, distância, porque, apesar dos desafios, muitas vezes mortais, de uma sociedade com tantos homofóbicos, desde adolescente assumiu a orientação para toda a família.

Depois de sair do toalete, conferindo a situação do absorvente, finais de menstruação, abriu a torneira, lavava as mãos com sabão e, depois, a boca com bochechos. Eu a observei no reflexo do espelho, durante meu retoque de batom vermelho. Ela me observou no reflexo do outro espelho para dizer, finalmente, antes de sair do banheiro com olhar um pouco decepcionado pelo beijo mentiroso que teve, mas determinado:

– A verdade é o básico para que eu possa viver quem realmente sou.

Refletindo apenas uma memória, sei que a aniversariante não tem pena ou compaixão nenhuma por M* ou por ninguém, apenas ela importa. Ainda ontem cometeu inúmeras grosserias que até a Hermione desaparataria num piscar de olhos. Após ser tirada por uma amiga que, no seu direito de escolha, liberdade, prioridades e espaço individual, pediu “calma!” para terminar de enviar uma mensagem no celular, a quase trintona, em mais um episódio de infantilidade sem igual até para os padrões do maternal, quis passar “figuinha”.

Preferi não fazer mais meu ouvido de pinico para vontade de mimimi-madinha recitar um épico segredo que ninguém nem na quinta dimensão queria saber, só ela achava muito importante o feito dela de 2018: algum pato a pediu em namoro, com autorização, primeiramente Fora Temer, do pai, para, então, pedir a ela. Grande bosta.

Com uma aura verde vômito, sussurrou, camuflando a mão esquerda na boca: “Você tem titica na cabeça... Tssss... Tsss...” E a linguinha ficava saindo da boca para sentir a vibração e o calor do ambiente, sinalizando que o bote estava próximo. “É a sua verdade e sua verdade não é a absoluta! Tsss... Tsss...” Deixei a mensagem por telepatia: “Melhor ainda ter alguma verdade do que ser a encarnação da mentira. Morra, diabo! kkkkkkk”.

E fiquei rindo mentalmente, já deixando o campo de força ainda mais forte, mas tentando não rir no plano físico, terminando a segunda Eisenbahn de trigo de 6 que levei de presente de Goiânia para Aparecida de Goiânia. Que comprei a ponto de zerar toda a minha fortuna, indo e voltando a pé, à noite do supermercado, arriscando a vida e torcendo para não virar estatística em uma capital com elevado índice de feminicídio, carregando o peso da consideração e da amizade sozinha, apesar de tudo e de todos. E, devido a sem graça empolgação da aniversariante no crossfit, que teria melhores resultados se fizesse dieta e não comesse tantas porcarias, como Doritos, compensado pela deliciosa e bem temperada guacamole, ainda presenteei um livro de exercícios sobre Inteligência Emocional, com dedicatória e tudo.

Concordei que não sei a verdade absoluta, afinal, se nem nasci com o propósito de ser Jesus para morrer por um monte de humanos, em sua maioria, babacas, também não tenho inteligência suficiente para compreender toda a complexidade e mistério da Terra, em que cada mente humana é um mundo. Cada um de nós, dependendo da frequência, vibração e energia, somos apenas cada grão de areia de um deserto esperando um oásis que nunca chega ou de uma praia paradisíaca chamada universo.

Em seguida, a aquariana maltratou nossa amiga com o carinho ofídico habitual: “Você está dentro do meu cu, o lugar mais importante que existe em mim!”. E eu, ainda com alguma esperança, achando que ela iria falar: “Você está dentro meu coração, amiga linda e amada!”, pois eu ainda a chamava de “amiga linda e amada” para ver se ela se transformaria em uma por meio do mantra de palavras positivas. Observando o cenário babaca e ridículo daquela egrégora em que um verme deixava podre toda a árvore de maçãs, olhei para a camarada de luta – que é a vida, maltratada já tantas e incontáveis vezes que nem eu, e invoquei um anjo de luz chamado Bom-Humor para deixar o ambiente mais leve e respirável:

– Tem titica e cu aqui? Feshow! Toca aqui, parça! É toys!

Como miséria pouca é bobagem, a “Se vira nos quase 30”, enfim, deu o bote: me  ameaçou de bloqueio no Facebook. kkkkkkkkkkkkkk! O green card que eu pedi para Deus! Aí, sim, 2018! Agarrei a oportunidade e a provoquei:

– Se é tão fodona assim, faça agora. Eu não tenho ninguém bloqueado por lá, porque não gosto de me amarrar a nenhum pobre diabo, mas se você quer, pode e deve, há de ser tudo da lei. Vai lá, me bloqueie. A escolha de trocar nossa amizade de 15 anos para ficar rodeada de falsianos e cretianes que estão pouco se fodendo para você é sua. Você prefere se anestesiar numa vida sem sentido e sem propósito, torrando dinheiro em baladas para beijar desconhecidos de todas as espécies e gêneros, deixar uma agenda de encontros sexuais agendados pelo Tinder, cercada de gente que não passa de figurantes nessa sua novela mexicana tosca, chamada RBD, para postar no Facetruque e Bestagram. Se quisesse fazer algo mesmo pelos seus sonhos, estudaria, faria algum cursinho, procuraria emprego, e não ficaria nessas muletas de desculpas e lamentações esfarrapadas porque passou em um vestibular da Unip, mas não tem dinheiro para pagar um curso que nem é o que você disse tanto sonhar. Se investiu em silicone com o melhor cirurgião-plástico do Centro-Oeste, comprou e mantém um carro top para o padrão de quem é desempregado, é porque isso, sim, são suas prioridades desde sempre. Você é a única que se machuca com minha forma autêntica e honesta de ser, o que se torna um sincericídio por se tratar de uma mulher tão pesada em mentiras gordas, saturadas que é você. Pode ter certeza que tudo o que eu disse aqui, até agora, não é nada se comparado com o boca a boca do meio alternativo goianiense independente do nosso controle de pauta. Até porque ninguém tem coragem, ânimo ou apego de perder tempo e ser maltratado gratuitamente por você, como sempre eu fiz. Dei o meu melhor, fui sua amiga mesmo você nunca o sendo comigo, com esperança que um dia você seria mais que essa merda toda. Quer dar a descarga? Vamos logo, me bloqueie! Eu tenho propósitos e objetivos muito altos para manter o convívio com alguém que nivela tanto uma cretiane, quanto uma amiga, no mesmo grau, número e entonação sonora de importância: “não sei”. Tenho ambições literárias muito elevadas para meu caminho ser bloqueado logo por você, bbk ridícula.

A aquariana arregou, disse que faria quando tivesse vontade. Não tive outra alternativa: tirei meu sabre de luz do bolso, sentei entre ela e a outra sobrevivente dessa amizade tóxica, fui direto na página do Face, pedi para ela assistir o momento tão esperado e aguardado por todo mundo, ao vivo e a cores: a exclusão de amizade, algo totalmente inédito na Literatura Brasileira. Pedi para devolver minha saia, emprestada para ela desde novembro do ano passado, no mesmo dia em que minha casa foi assaltada, gastando um vinho tinto fino comprado no Uruguai para atenuar o trauma.

Teria sido muito mais proveitoso se eu tivesse bebido com um paquera-amigo tão amável que a bruxa, já há muito tempo sempre à solta, deu em cima dele em público em um comentário que deveria ser queimado depois de escrito para não ser printado de tão, vergonhosamente, exposto. Para causar náuseas em mim, ainda ontem ela disse assim: “Vi meu amigo no banco”. A corrigi, “nosso”. 

Por puro vazio, cometeu o xaveco descarado no muro da vergonha, mesmo transando com o amigo do meu querido ex-ficante após poucas horas do ex-namorado dela ter saído de uma festa em casa – óbvio, “Dia das Bruxas”. O fantasminha camarada, elegantemente, marcou o pirata. A amiga da onça deixou claro que queria era ele para a dança do acasalamento, causando problemas desnecessários entre ele e a atual noiva.

Ainda joguei mais soro antiofídico na parada, criticando-a pelas instantâneas, efêmeras e imediatistas curtições dela a um amigo que beijei há 84 anos atrás e é o melhor amigo de um dos ficantes dela do passado, enquanto revezava-se com o ex-namorado; e outro que ela nunca apoiou meu sincero romance, “Até hoje com ele!?”, um colega escritor que ela joga “coração” em tudo que é foto, menos nos textos dele, porque, para quem vive de imagem, conteúdo pouco importa. Ela, realmente, não me segue para perseguir todos os 3 que me relacionei solteira no verão passado.

“Quem ama, cuida”, escrevi na dedicatória. Mas é compreensível que deva ser difícil amar o próximo se não cuidamos bem e sem nenhuma verdade de nós mesmos. Não se ama. E é por amor que ainda estou pegando leve nesta autoficção toda, ainda mais eu sendo uma filhote de Marcelo Mirisola. Ela saberia quem é esse escritor se tivesse gosto pela leitura, isso porque quer estudar medicina...

Será que era esse seu medo desde o início, se transformar em personagem de uma famosa autoficção da minha autoria? Para quem é covarde, com muita fé e força de vontade, tudo pode acontecer, o sonho se tornar realidade, só basta acreditar, tentar o melhor, tentar a sorte para lutar, o medo que tiver que ser, será, Lua de Cristal do Mal. Parabéns!

Principalmente a mim mesma por ter gastado quase 2 mil reais em psicólogo ano passado, não conseguir ter a necessária paz e concentração mental para terminar o TCC, atrasadíssimo, da minha segunda especialização, ter descido ao inferno de internações compulsórias umas 4 vezes na vida, por ter sido uma Cândida volteriana da melhor categoria, deixando meu psicólogo, que me conhece há 6 anos no melhor estilo perdedora,  tão traumatizado – mal sabe ele que filtrei as coisas a tal ponto que ele mal sabe 10% das minhas reais tensões psicológicas-afetivas – que ele me confessou que se fosse outros pacientes que ele atende, já teriam surtado com minhas experiências traumáticas inúmeras vezes. Isso porque não surtei nenhuma vez, dessa vez, ano passado. Isso porque ele atende, em Goiânia, além de pacientes de duas clínicas de repouso
– nome eufemístico para dizer sanatório, manicômio , cidadãos de bem inseridos, normalmente e produtivamente, na sociedade, principalmente, mulheres de mais de 30 anos frustradas, ansiosas, cheias de recalques por não serem casadas. A cereja do bolo:

Mari, a palavra cura é muito forte. Confirmo o diagnóstico do seu psiquiatra que a neuroquímica do seu cérebro está regulada, pois, calculando aqui, fazem 5 anos sem remédios psiquiátricos e a saúde mental, mesmo assim, equilibrada e em dias. A falha da medicina com você é ainda maior e pior. Bom, desde o início, agora percebo que você nunca foi bipolar, pois há um padrão externo de forte abalo emocional para que as crises ocorram, não um fator interno genético ou outras causas internas, como é sabido na literatura da medicina. Percebe-se, claramente, que o marco da sua ruptura sensorial-cognitiva foi a descoberta que seu pai não era seu pai biológico aos 17 anos. Logo, o que você teve foram alguns pontuais surtos sofridos por estresses traumáticos de amplitude incalculáveis no padrão médio da vida de indivíduos comuns.

Será, portanto, que aguentei mesmo tanta coisa, horrivelmente, insuportável assim para ter uma força mental tão, assim, acima da média? Selecionar e escrever meus melhores-piores traumas psicológicos, um por um, vai ser a minha missão artística para que os leitores possam sentir na mente, nos afetos, em suas sensibilidades, no espírito um pouco do gosto das minhas provações. Se alguém enlouquecer por isso, não faz parte do meu departamento determinar o que devem ou não interpretar. Para desespero pós-moderno, estão livres, desapegados, ninguém é de ninguém.   

As respostas taxativas, rotulantes pouco me importam, quem quiser atirar pedra no meu teto de vidro, puxe a cadeira, fique bem à vontade. Essa casa que chamam de mundo é nosso. Nesse teatrinho burguês, nem o vidro da quarta parede eu tenho. Pode ver? Pode ler? Não há cacos de vidro no chão, porque, por capricho e ideal estético, a parede sequer existiu.

Meu treinamento espiritual para ser uma das amazonas do Apocalipse acabou. Não sou de dar troco, por generosidade, sou de deixar milionários tantos os bons, quanto os ruins com o que eles me inspiram. Espero que os 2 mil reais investidos no treinamento da Escola Chico Xavier de paranormais, médiuns e afins se multiplique um milhão de vezes mais na minha conta. Não estou lendo Pornochic, da Hilda Hilst, e dois livros de herança do meu falecido pai, “O Alquimista” e “O Diário de um Mago”, do Paulo Coelho, em vão. Deixo minha marca na história líquida para, nos destinos literários, chover dilúvios.

Maktub

Escrito em 2 de fevereiro de 2018, às 18:04

<< Sugestão musical: Desolation Row, composição de Bob Dylan, e performance de My Chemical Romance >>





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