segunda-feira, 8 de março de 2010

Gêneros, tipos e escolhas

“Eu sou homem, pelo grosso no nariz.” Se eu fizer uma inferência desse verso, da canção e do autor da mesma, é pouco provável que o cantor e compositor Caetano Veloso tenha feito uma ode às características biotípicas do que seja um macho “autêntico”. Temos que olhar o contexto como um todo para podermos ter uma visão mais abrangente dos fatos expostos no explícito e no implícito.

Um homem não se faz homem em qualidade por ser o tipo aparentemente mais heterossexual. E quando refiro a heterossexualidade não é pura e simplesmente quanto ao campo da causa genética e/ou orientação de um indivíduo. É heterossexualidade quanto à aparência mais próxima do mito do homem “machão”.

Não se pode ficar se arrumando demais, cuidar da saúde, do visual, se não você é taxado de “gay”. O machão pega muitas mulheres para mostrar que é o pegador, a espécime “alfa” da parada. Isso me lembra os instintos primitivos remetentes à época do surgimento dos primeiros hominídeos... mas continuando. Mulher “tá dando mole” não pode deixar passar. Se você, no papel de homem, acha a guria um pé no saco, mas ela sendo muito atraente, você tem que pegá-la de qualquer jeito. Andar para trás nessas horas, já sacou, né?! Pessoal vai tirar onda, falar que “tá boiolando”. Aí, paramos para pensar, pelo jeito, nos parâmetros do senso comum, um homem se faz, basicamente, pelo contexto sexual.

Polidez, inteligência... Não, essas qualidades acabam não sendo as medidas para a grandeza de um homem de verdade. Heitor, homem de sensibilidade estimável, motivo de risada, principalmente, para aqueles que acham que isso é algo, coisa, de mulher.

é amiga dele. Garota gente fina, cheia de personalidade, estilo. A moça queria colorir as coisas entre eles, se é que meia palavra basta, se jogando com tudo. Alguns meses depois, ele era, às vezes, poltrona dela. Ou um urso de pelúcia. O cabelo um pouco grande e com cachos definidos era como se fosse pelo de gato recebendo afago. Cão gosta de morder o quê? Heitor sentia-se, de leve, osso também.

Foi jogado um banho de água fria. De forma mais educada possível para evitar contrangimento e tristeza à amiga pretendente a ser affair. Jô vive o dilema da água mole em pedra dura e jura que o posicionamento de Heitor ainda fura. Moldar vai ser com o tempo. Cada um com suas causas. A batalha continua.

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