Uma folha branca. A neve a surgir, mostrando algo que continuaria sendo uma paisagem. Em outra cor. Ele disfarçava a palidez do seu rosto ficando, irremediavelmente, com frio.
O inverno começando. Ryan preparou o instantâneo leite com cereais. Branco, gelado e deliciosamente nutritivo. Sabor de nada, porque nem o paladar queria dar o ar da graça numa hora dessas. Então, o que restava era respirar fundo e engolir com tudo os flocos molhados e a manhã de domingo.
Vinha, pela frente, uma bolacha pequena de wafer, em formato redondo e sem recheio nenhum, a hóstia com vinho tinto. Antes ouviu o quanto o inferno é horrível, quente, insuportável. Quase o clima de Goiânia em setembro. Por morar em trópicos não-tropicais, Ryan não saberia. E, para completar, o habitat de corrupção e imoralidade humana era descrito assim: um lugar cheio de prazeres sensoriais e que por ser tão desejável ao homem, ser o condenável. Mas, com os desejos controlados, o mortal politicamente correto poderia se permitir o sonho do eterno paraíso.
Aquele senhor gesticulador e chamador de atenção, com oratória cheia de julgamentos ácidos, demonstrava a dor que a humanidade iria enfrentar se persistisse no erro de uma vida errante. Se alguém é o crítico, é porque se supõe que ele saiba do que está falando.
Ryan olhava para fora da janela centenária. Várias folhas iam sendo pintadas de branco. A neve caia nas árvores. Tranquila e branda. Dava para sentir um sorriso. Oração imperceptível aos sentidos humanos. Quando o tinteiro permanece vazio, a pena descansa.
Imagem por Wilson Bentley
O inverno começando. Ryan preparou o instantâneo leite com cereais. Branco, gelado e deliciosamente nutritivo. Sabor de nada, porque nem o paladar queria dar o ar da graça numa hora dessas. Então, o que restava era respirar fundo e engolir com tudo os flocos molhados e a manhã de domingo.
Vinha, pela frente, uma bolacha pequena de wafer, em formato redondo e sem recheio nenhum, a hóstia com vinho tinto. Antes ouviu o quanto o inferno é horrível, quente, insuportável. Quase o clima de Goiânia em setembro. Por morar em trópicos não-tropicais, Ryan não saberia. E, para completar, o habitat de corrupção e imoralidade humana era descrito assim: um lugar cheio de prazeres sensoriais e que por ser tão desejável ao homem, ser o condenável. Mas, com os desejos controlados, o mortal politicamente correto poderia se permitir o sonho do eterno paraíso.
Aquele senhor gesticulador e chamador de atenção, com oratória cheia de julgamentos ácidos, demonstrava a dor que a humanidade iria enfrentar se persistisse no erro de uma vida errante. Se alguém é o crítico, é porque se supõe que ele saiba do que está falando.
Ryan olhava para fora da janela centenária. Várias folhas iam sendo pintadas de branco. A neve caia nas árvores. Tranquila e branda. Dava para sentir um sorriso. Oração imperceptível aos sentidos humanos. Quando o tinteiro permanece vazio, a pena descansa.
Imagem por Wilson Bentley
X x X x X
Não costumo mostrar minhas inpirações, mas acho que esse vídeo mostra um pouco do que quis transmitir no final do texto e não (des)escrevi.
http://www.youtube.com/watch?v=B7oZYznHulU&feature=related
Uma Belissima Cronica...
ResponderExcluirTão bela que por se só revela e comenta suas palavras.
Não necessita assim de comentar, pois é tão belo
que tal comentario desmereceria a essencia de tais palavras.
Minha Bela Namorada, Minha Musa...
Meus Parabens
Estas cada vez mais criativa.
Continuie, não desista, estou aque para te apoiar.
Te Amoooo Muitoo
bjaaooo