quinta-feira, 22 de julho de 2010

De olho no lance

Um bar. Muitos homens. Um tanto considerável de mulheres. Quem estava lá naquela noite? Quem poderia ser? Chapolin Colorado? Na verdade, um torcedor do Vila Nova que o era desde os 11 anos, quando quis demarcar sua própria personalidade e estilo. O pai, paulista, torcia para o Palmeiras. Matias nasceu em Goiânia, escolher o Goiás como time poderia soar como influência paternal. Pai e filho com a mesma cor de camisetas de torcida... O vermelho mesclado com branco realmente foi um dos fatores mais decisivos para ser torcedor do colorado goiano.

Adrenalina, um dos hormônios mais frequentes no sangue de Matias. “O Vila é para os fortes”, ele dizia. Torcer era fogo. Altos e baixos no rendimento dos jogos, pura emoção no bonde da torcida do tigrão. Nadava, nadava, quer dizer, corria, corria, e ficava na segundona.

Nada de frustração! Esse era o lema. Porque só quem era torcedor do Vila para saber a raça da torcida. Matias não entrava nas jogadas ensaiadas de torcida organizada, não queria visualizar com os próprios olhos problemas com spray de pimenta e derivados nada pacíficos. O vilanovense estava mais a fim de escolher as musas do goianão, porque é sempre importante averiguar o nível de qualidade das torcedoras.

A noite estava para gatas. E, se tratando em matéria de azaração, Matias era craque, tirava de letra, matava no peito, fazia golaço. Todo o esquema tático preparado. Quatro mulheres em uma mesa versus dois amigos em outra, duas versus dois, duas versus um, estava analisando qual a melhor opção.

Pouco tempo depois da análise de campo já foi o suficiente para perceber que uma tigresa estava pronta para o jogo da sedução. Quando a moça percebeu o olhar dele para ela, brindou com o copo cheio de cerveja e sorriu o sorriso mais insinuante do mundo, tipo mulher gato total power. Com a bola toda, a mulher convidou-o para a mesa dela e, como dar bobeira ia abrir a zaga para a concorrência, Matias foi confiante para o ataque.

Dez minutos. Conversas convencionais, nada que precisasse de muitas palavras, era só mais um aquecimento. Estava criada toda a expectativa, toda a tensão. “Quando ele vai me beijar?”, Brenda pensava. E neste pequeno deslize, pela pequena distração, a bela vilanovense foi surpreendida. Com atenção total, Matias não perdeu nenhum lance da partida, o Vila acabava de sofrer o primeiro gol do primeiro tempo. E só os dois felinos, com uma troca de beijos quente, tinham algo para se manterem esperançosos após o final do jogo.

4 comentários:

  1. ée, to vendo que de futebol vc intende..se é que me entende. udfhauhdfuahsfd :)

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  2. Hummm! Adorei o texto! Muito criativo! Não que eu seja vilanovense, mas faltou falar uma coisa: a torcida do Vila Nova é a mais fiel do estado de Goiás! Bjim!

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  3. Ah, podia ter escolhido um tema mais da sua área. Não gostei do Vila Nova, mas o texto em si tá ótimo! kkkkkkk

    ps.: Final meio estranho, ou é pq eu li rápido?

    ps2: leia A confissão de Lúcio - Mario de Sá-Carneiro!

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  4. Adorei, achei muito interessante, divertido...

    Parabens, esta otimo

    Bjao

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