quarta-feira, 6 de julho de 2011

Mundo gay



O que The Strokes, Madonna, New Kids On The Block, Cristina Aguilera, T.A.T.U. tem em comum? Esta pergunta pode ser respondida com o documentário Totally Gay!, filme feito pelo canal de televisão estadunidense VH1* (www.vh1.com), que é direcionado ao público homossexual.

Este vídeo de duração de aproximadamente de 45 (quarenta e cinco) minutos aborda como o universo referente ao mundo LGBT afetou a sociedade ocidental em geral. Umas das primeiras falas é de uma mulher, remetendo-se a confusão de gêneros: “Não se sabe quem é gay, quem é hetero”. Isso porque o conceito construído em arquétipos nas performances e características do homem heterossexual não tem mais sentido de pertença ao mesmo, visão esta que se esclarece no documentário.

O filme aborda a tendência da queer art, um movimento artístico que aborda de forma direta e indireta questões relacionadas à homossexualidade, substancialmente nos campos da música, sendo a principal articuladora o canal direcionado ao público jovem, a MTV; do cinema, com a abertura de abordagens a temáticas homossexuais, atendendo a uma demanda não-conservadora; dos seriados, sendo muito lembrada a série Queer as Folk, que resumindo brevemente, mostra as aventuras sexuais entre homens que exibem corpos em padrões estéticos fortemente eróticos.

A expressão dos desejos de um público homossexual na mídia não se direcionou e restringiu ao próprio eixo articulado pelo grupo LGBT, pois, isso também ajudou, por exemplo, na libertação da libido da mulher. Ou seja, um mercado que, predominantemente, atendia os anseios eróticos do público hetero masculino, com a inserção da demanda homossexual, passou a suprir as ânsias desse mercado e das mulheres heterossexuais, que não apelavam por direitos ao consumo de contéudos explícitamente sensuais, dentre eles, o nudismo masculino.

Porém, não são só flores que o filme retrata. Casos de homofobia são relatados, que levados ao extremo, incidiram na morte de indivíduos gays por eles simplesmente assumirem a sua orientação sexual. E também o próprio ato de reivindicar a expressão do queer nas artes, na mídia, se deve pelo enorme surgimento de indivíduos com Aids no anos 80 e que era atribuído aos grupos homossexuais. Estes, então, tiveram que se articular politicamente para unirem forças contra a Igreja e o Estado e lutarem pelos seus direitos.

O documentário Totally Gay! mostra, dessa forma, a homossexualidade nos Estados Unidos em várias faces de forma não-estigmatizada, onde homens e mulheres heteros articulam-se com a cultura gay. O metrossexual é comentado, conhecido por ser a representação do tipo másculo heterossexual preocupado em cultivar em si a imagem do padrão de beleza disseminado pelos homossexuais e que atende o gosto do público feminino quanto ao corpo. Além da valorização da sexualidade explícita, a sensibilidade ganhou seu espaço no perfil psicológico masculino, onde o homem chucro perde espaço, nas preferências femininas, para aqueles que têm maior tato nos interrelacionamentos afetivos.

Alguns já devem ter ouvido essa frase: “O mundo é gay e você não sabe”. Ao assistirmos o documentário, vemos a evidência do consumo por grande parte da sociedade em interação com a cultura gay. Assim, a consequência do entendimento desse saber nos leva a tecer um tratamento mais humanista e mais valorativo o próprio ser humano independentemente da orientação sexual que ele siga.


*Este site também tem filial brasileira: http://vh1brasil.uol.com.br/

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