segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Enquanto eu lhe amasso

Você é lindo
Sua beleza é descartável
Ignorante e idiota
Uma casca apreciável
Podre o conteúdo

Enquanto Goiânia envelhece
Você vai virar caveira
Sorrindo para os vermes
Entre poeira e feiúra

Mas tudo bem
Viva enquanto é tempo
Carpe diem

Continue cultivando a beleza exterior
Seja mais um
Não faz mal
Você é tão comum
É tão igual

Tipos assim, eu amasso
Bolinha de papel eu faço
E jogo fora com desdém

Isso até que surja alguém
Que valha a pena mudar
Estas práticas desnecessárias
.

3 comentários:

  1. Este poema escrevi e recitei ontem, domingo, 25 de outubro, no Goiânia Ouro.

    Todo último domingo do mês, às 8 da noite, ocorre por lá o Letra Livre, um sarau que mistura música e poesia. Entrada franca. Está dado o convite.

    Agradecimentos afetuosos para aquele que me sugeriu o título e também a todos que apreciaram esta singela poética. Beijos!

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  2. Adimito que o "carpe diem" ficou bem clichê. Mas o que seria de nós sem os clichês, não? O poema ficou interessante, mesmo sabendo que isto ocorre apenas na arte, no mundo objetivo não encontramos tal desdém para com a estética. A parte da caveira é como todos irrevogavelmente deveriam interioizar.

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  3. Gadgets :É incrível a criatividade das pessoas na hora de criarem seus próprios casemods. Dá um trabalhão danado, mas o resultado é muito interessante. chik

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