Ei, anjo, para que salve a si mesmo e o
fígado afogado nas ressacas, para que plante alguma felicidade
frutífera, deixei algumas “Notas mudas de amor amargo” em cima da sua
mesa do escritório.
Notas mudas de amor amargo
Que fique rouco com sua frieza calculada, que estoure as cordas vocais
depois de gritar por dias e dias o quanto me odeia em silêncio, que
engula todos os corpos abatidos com gemidos furiosos e que depois, já
cansado demais de lutar contra si mesmo, assovie de forma bem serena,
confessando baixinho, em segredo, que é para ninguém ouvir o ruído do
seu remorso, o insuportável peso de se carregar sozinho a beleza que,
apesar das inúmeras tentativas para assassinar, insiste em existir na
alma. Porque, para você, já toquei o “foda-se”.
De improviso, risos.
De improviso, risos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário