Para compreendermos o que caracteriza o poema contemporâneo, o poeta de Recife David Moura nada contra a corrente. Ele declara, para começo de conversa, que seu poema não tem temática contemporânea, pois considera “a contemporaneidade demasiado volátil”. Quanto à escrita em versos dos seus escritos, justifica esse recurso “justamente pela plástica da linguagem, pelo poder da síntese das expressões”.
O técnico
saneador de vias públicas acredita também que a linguagem usada em seus
escritos dialoga com o leitor contemporâneo: “por eu estar vivo, não? Mas não é
o meu objetivo. Eu não escrevo para agradar a ninguém. Se eu tiver dois
leitores fiéis, já me sinto feliz”. E finaliza: “Eu busco sempre dar meu
sangue, minha alma, nas coisas que faço. Então, se não sentem emoção, é mais
complicado, porque o problema já não é mais comigo... Eu escolho palavra por
palavra, trabalho expressão por expressão por meses e meses. Creio que cada
palavra tem seu peso, sua sonoridade, seu sentido. E meu instrumento de
trabalho são as palavras”.
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